São Paulo, quarta-feira, 10 de março de 2004

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Brasil pode produzir novo modelo

Resultado "terrível" faz Volks cortar 5.000 vagas

DA REDAÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Volkswagen, maior montadora da Europa, informou ontem que terá um resultado "terrível" no primeiro trimestre deste ano. A empresa fará um plano de redução de custos que significará o fechamento de 5.000 postos de trabalho até o final do ano que vem.
Mas, de acordo com a empresa, não ocorrerão demissões. O corte será feito por meio de programas de demissão voluntária e pela não-reposição de funcionários que estejam se aposentando.
No Brasil, a Volks informou que a reestruturação foi feita em 2003, com a implementação do projeto Autovisão -unidade de negócios criada para realocar 3.933 trabalhadores excedentes.
Os resultados da Volks têm sido afetados pela valorização do euro. A montadora enfrenta ainda baixa demanda na Europa e vendas decepcionantes do novo Golf.
"O primeiro trimestre será terrível em comparação com o mesmo período do ano passado", disse Bernd Pischetsrieder, presidente-executivo da empresa.
Entre 2.000 e 2.500 das perdas de empregos ocorrerão na Alemanha. Em todo o mundo, a montadora emprega hoje cerca de 335 mil funcionários.
A empresa disse que uma das medidas será ampliar a produção em países fora da zona do euro, como o Brasil. A empresa planeja fabricar no país o sucessor do Lupo, um modelo compacto.
No ano passado, a Volks registrou um lucro de 1,1 bilhão, ante 2,6 bilhões no ano anterior.

Brasil
No Brasil, foram três meses de negociação, envolvendo a montadora e os sindicatos dos metalúrgicos do ABC e de Taubaté para implementar o projeto.
Em São Bernardo, 1.756 empregados aderiram ao PDV, cerca de 400 estão em treinamento no centro de formação e 187 permanecem em casa recebendo salários até 2006. Na unidade havia, segundo a Volks, 1.923 excedentes.
Em Taubaté, onde havia 2.010 excedentes, 1.074 operários aderiram ao voluntariado. A estabilidade dos 5.500 empregados que trabalham venceu em fevereiro de 2004, e o sindicato local teme que a empresa vá demitir pessoal.


Com agências internacionais


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