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"Aumento só veio com greve"
DA REPORTAGEM LOCAL
"Só conseguimos aumento real
de salário porque cruzamos os
braços em uma greve de oito
dias", afirma Luiz Vieira da Silva,
53, trabalhador da construção civil há mais de 30 anos.
No ano passado, os trabalhadores da construção civil de São
Paulo fecharam acordo de 8,12%
de reposição salarial -o que incluiu 2,12% de aumento real. A inflação acumulada até a data-base
da categoria (maio) foi de 6,61%,
segundo o INPC do IBGE.
"As greves, que deixaram de ser
defensivas e passaram a ser propositivas [aquelas em que o trabalhador busca um novo direito]
contribuíram para a conquista de
aumento real", afirma Clemente
Ganz Lucio, diretor-técnico do
Dieese. "A economia melhorou, e
o trabalhador quer repartir esse
resultado." O Dieese prepara levantamento sobre as greves neste
ano. Em 2004, foram 114 no setor
privado.
Encarregado administrativo de
obras de uma empreiteira de São
Paulo, Silva diz que gastou o aumento real que entrou no bolso
após a campanha salarial para
complementar o orçamento e
comprar alimentos e remédios
para a mulher, que têm problemas de hipertensão.
"A inflação está mais baixa, mas
ainda existe. O reajuste no salário
nunca é suficiente para acompanhar os aumentos do café, do pão,
do telefone, da gasolina e dos remédios." Há dois anos, Silva vendeu o carro para complementar o
salário de R$ 1.600.
(CR)
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