São Paulo, quarta-feira, 10 de março de 2010

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Puxada por CSN e Petrobras, Bolsa testa os 70 mil pontos

Dólar passa de R$ 1,80, mas recua e termina em R$ 1,782

TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Bolsa de Valores de São Paulo teve ontem um de seus melhores pregões do ano, com forte entrada de recursos de investidores estrangeiros e operações gigantes envolvendo a compra de ações da Petrobras, empresa que deverá passar por um aumento de capital.
O bom humor ontem foi capitaneado pela valorização das ações da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) e da Petrobras, empresas que detalharam planos agressivos de expansão e alavancaram a confiança dos investidores com as perspectivas para o restante do ano.
Com o otimismo, a Bolsa testou ontem os 70 mil pontos do Ibovespa, patamar esperado pelos analistas só para o final do mês, mas terminou o dia marcando 69.576 pontos, com valorização de 1,46%. No ano, a Bolsa já acumula alta de 1,44%.
O clima otimista levou a Bolsa paulista a movimentar R$ 10 bilhões, o maior volume de negócios do ano. O dólar comercial, que chegou a passar de R$ 1,80 no início dos negócios, terminou o dia vendido a R$ 1,782, com baixa de 0,34%. "Com o otimismo, muita gente vendeu dólar e foi para a Bolsa", disse Helio de Cerqueira Barros, operador da corretora de câmbio LevyCam.
Mesmo com a incerteza em relação à capitalização de US$ 50 bilhões, a Petrobras fará investimentos de quase R$ 80 bilhões neste ano, a maior parte em exploração e produção de petróleo e gás. As ações PN da Petrobras subiram ontem 2,44%, e as ON registraram alta de 1,85%.
Para Fausto Gouveia, analista da Legan Asset, a Petrobras mostrou ontem que não vai ficar parada enquanto não sai a capitalização. Com as incertezas em relação ao aumento de capital, os investidores passaram a dar um desconto nos papéis da estatal. "As ações da Petrobras reagiram e saíram da letargia em que estavam desde o ano passado", disse.
Segundo operadores, investidores estrangeiros "entraram pesado" em Petrobras ontem por meio de duas operações gigantes que giraram sozinhas R$ 700 milhões. No final do dia, as ações da estatal tinham movimentado R$ 2,765 bilhões -nas últimas semanas, a média era de menos de R$ 1 bilhão.
Na visão do mercado, esses investidores pretendem ampliar sua participação na Petrobras para terem direito a um percentual maior de novas ações no momento do aumento de capital, que pode acontecer ainda em junho.
Já a CSN vai separar os negócios de mineração da Casa da Pedra, que terá uma emissão própria de ações na Bolsa até o final do semestre. As ações ON da CSN tiveram alta de 3,94%.
Nos EUA, a Bolsa de Nova York teve alta de 0,11% no índice Dow Jones. Já a Bolsa Nasdaq avançou 0,36%.


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