São Paulo, sábado, 10 de abril de 2004

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CAPITALISMO AUSTRAL

Gargalos já ameaçam a retomada

Argentina segue em recuperação e PIB cresce 10% no 1º trimestre

DA REPORTAGEM LOCAL

A Argentina viu sua economia crescer 10% no primeiro trimestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2003. O resultado foi um pouco inferior ao registrado nos últimos três meses do ano passado, quando a economia do país cresceu 11,3%.
Embora seja positivo, o crescimento vivenciado pela Argentina nos últimos meses preocupa o governo do país, devido a problemas de infra-estrutura, especialmente na área energética.
A Argentina começou a se recuperar de seu colapso econômico no ano passado. Em 2002, a economia do país recuou 10,9%.
Analistas do Ministério da Economia avaliam que, se o país tivesse crescido a um ritmo um pouco mais lento, a Argentina não estaria enfrentando neste momento problemas com fornecimento de eletricidade.
Uma das principais preocupações do Ministério da Economia é com a inflação. A questão que preocupa os técnicos do Ministério é a seguinte: se a demanda continuar forte e a oferta for deprimida pelos problemas energéticos, os preços podem começar a ser pressionados. O banco central argentino projeta que a inflação no país neste ano ficará em 4%.
Nos próximos meses, a economia argentina deve perder um pouco de seu atual ímpeto para se adequar às previsões do governo. A projeção oficial é de que o país cresça neste ano 5,5%.
O governo argentino se preocupa com o crescimento do país por outro motivo, além da falta de investimento em infra-estrutura. É que o ministro da Economia da Argentina, Roberto Lavagna, quer atrair os credores do país (atualmente em moratória) para fechar uma negociação por meio da oferta de títulos atrelados ao crescimento econômico.
Ontem o representante do Sindicato Italiano de Credores, Domenico Bacci, suspendeu a viagem que faria à Argentina para encontrar o secretário de Finanças do país, Guillermo Nielsen.
O grupo de Bacci faz parte de uma lista de 21 credores que o governo argentino convidou para ir ao país discutir a situação da moratória. O governo argentino anunciou o calote de sua dívida externa em dezembro de 2001. A dívida externa argentina é estimada em US$ 99,4 bilhões.
Lavagna anunciou ontem medidas para estimular o investimento no país, dentre elas a redução do imposto do cheque de 1,2% para 1%, que ainda deve ser aprovada.


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