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JAPÃO
País cede a pressões externas
Imposto terá
redução de
US$ 30,5 bi
MARCIO AITH
de Tóquio
Cedendo a pressões dos Estados
Unidos e do FMI, o primeiro-ministro japonês, Ryutaro Hashimoto, anunciou ontem um corte temporário de US$ 30,5 bilhões em
impostos e um gasto extra de US$
76,3 bilhões em investimentos públicos.
As medidas visam reanimar a
economia japonesa, a segunda
maior do mundo, que se encontra
estagnada.
Também ontem, o governo japonês interveio fortemente no
câmbio. Agindo sob orientação do
Japão, o Fed (banco central norte-americano) trocou US$ 500 milhões de dólares por ienes. A moeda japonesa valorizou-se 0,7%.
A intervenção recebeu elogios
do secretário do Tesouro norte-americano, Robert Rubin. A medida já havia sido acertada entre os
dois países há alguns dias.
O anúncio do pacote econômico
e a intervenção no câmbio afetaram positivamente o mercado
asiático, com a maioria das Bolsas
e moedas em alta. A Bolsa de Tóquio subiu 0,98%.
Cortes temporários
Hashimoto disse que as medidas
de estímulo à economia só serão
detalhadas no final de abril. Ele
adiantou que o corte dos impostos
terá validade temporária. Metade
(cerca de US$ 15 bilhões) vai vigorar somente para esse ano fiscal
(1998-1999) e a outra, para o próximo (1999-2000). O corte será feito principalmente no imposto de
renda das pessoas físicas, como
uma forma de estimular a demanda interna no país.
Ao contrário da intervenção japonesa no câmbio, o pacote recebeu elogios serenos de Rubin.
"Nós esperamos ver os detalhes
das medidas no final do mês. É
crucial que o Japão coloque rapidamente um forte programa de estímulos em ação", afirmou.
Alguns investidores disseram
que esperavam o dobro em cortes
de impostos e reclamaram pelo fato de serem temporários. Outros
elogiaram, lembrando que US$ 30
bilhões são 2% do PIB japonês.
Ao anunciar as medidas, Hashimoto abandona em parte sua política de contenção de gastos
Ao anunciar as medidas, Hashimoto disse que quer mudar o menos possível a sua lei fiscal, aprovada há cinco meses e que é totalmente contrária a pacotes de estímulo à economia.
A lei exige que o governo corte
totalmente, até o ano 2003, a emissão de títulos usados para financiar o déficit fiscal do Estado. São
justamente esses títulos que vão financiar o corte de impostos e, por
isso, a lei terá de ser alterada.
"Temos de continuar nossa reforma fiscal e, ao mesmo tempo,
dar os passos para estimular nossa
economia", disse Hashimoto durante o anúncio do pacote. "Mas é
difícil prever qual será o efeito que
os cortes terão no cotidiano do
consumidor", reconhece ele.
O Japão detém cerca de 20% da
economia mundial, um PIB de
US$ 3,7 trilhões e reservas de US$
223,5 bilhões.
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