São Paulo, quarta-feira, 10 de maio de 2000


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AVIAÇÃO
Para contornar crise da Vasp, empresário anuncia que vai vender suas duas últimas empresas aéreas no exterior
Canhedo põe à venda Lloyd e Ecuatoriana

THOMAS TRAUMANN
LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL

O empresário Wagner Canhedo, dono da Vasp, tomou uma decisão radical para tentar se livrar da crise financeira por que passa a companhia. Colocou à venda suas duas últimas companhias aéreas no Exterior, o Lloyd Aéreo Boliviano e a Ecuatoriana de Aviación. A primeira teve lucro de apenas US$ 474 mil no ano passado, enquanto a Ecuatoriana amargou prejuízo de US$ 2 milhões.
A estratégia de Canhedo se encaixa na meta de tentar capitalizar a Vasp de qualquer maneira, diante da dívida de R$ 3,3 bilhões que possui, principalmente com o governo. No mês passado, ele vendeu a primeira controlada no exterior, a TAN (Transportes Aereos Neuquén), pequena companhia regional argentina, por R$ 4 milhões.
A Vasp tem 51% das ações nas duas companhias compradas juntos aos governos da Bolívia e do Equador em 1995, quando os dois países deflagraram programas de privatização. Avaliação feita por consultores mostra que a Vasp tem R$ 100 milhões de reais investidos em ações e aviões nas duas companhias. A venda, porém, pode sair por valor menor diante da urgência que a Vasp tem de arranjar dinheiro para pagar suas contas.
A empresa também negocia a venda de um terreno de 300 mil metros quadrados que possui perto do aeroporto de Cumbica, onde começou a ser construído um novo hangar.

Vôos cancelados
Das duas empresas aéreas, a Ecuatoriana de Aviación tem a situação mais complicada. Seu único avião próprio, um DC-10, está parado. As outras três aeronaves ficaram incumbidas de atender cinco destinos para a América Latina e Estados Unidos.
"Tivemos que suspender os vôos para Cancún, com escala na Cidade do Panamá, porque o governo mexicano exigiu mudanças no nível de ruído da aeronave", declarou à Folha o gerente geral da Ecuatorina, Gunter Zomer.
A empresa foi prejudicada ainda porque a Saieta, uma empresa que fazia parcerias para vôos aos Estados Unidos, suspendeu suas atividades recentemente. "Vamos iniciar dentro de 60 dias nossos próprios vôos para Miami", afirmou Zomer.
O executivo negou que a companhia esteja à venda. "As dificuldades se devem aos problemas econômicos do país." Também o Lloyd Boliviano negou que esteja à venda. A Vasp afirmou que pagará hoje os salários atrasados dos seus empregados.


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