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AVIAÇÃO
Para contornar crise da Vasp, empresário anuncia que vai vender suas duas últimas empresas aéreas no exterior
Canhedo põe à venda Lloyd e Ecuatoriana
THOMAS TRAUMANN
LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL
O empresário Wagner Canhedo, dono da Vasp, tomou uma decisão radical para tentar se livrar
da crise financeira por que passa a
companhia. Colocou à venda suas
duas últimas companhias aéreas
no Exterior, o Lloyd Aéreo Boliviano e a Ecuatoriana de Aviación. A primeira teve lucro de
apenas US$ 474 mil no ano passado, enquanto a Ecuatoriana
amargou prejuízo de US$ 2 milhões.
A estratégia de Canhedo se encaixa na meta de tentar capitalizar
a Vasp de qualquer maneira,
diante da dívida de R$ 3,3 bilhões
que possui, principalmente com o
governo. No mês passado, ele
vendeu a primeira controlada no
exterior, a TAN (Transportes Aereos Neuquén), pequena companhia regional argentina, por R$ 4
milhões.
A Vasp tem 51% das ações nas
duas companhias compradas
juntos aos governos da Bolívia e
do Equador em 1995, quando os
dois países deflagraram programas de privatização. Avaliação
feita por consultores mostra que a
Vasp tem R$ 100 milhões de reais
investidos em ações e aviões nas
duas companhias. A venda, porém, pode sair por valor menor
diante da urgência que a Vasp
tem de arranjar dinheiro para pagar suas contas.
A empresa também negocia a
venda de um terreno de 300 mil
metros quadrados que possui
perto do aeroporto de Cumbica,
onde começou a ser construído
um novo hangar.
Vôos cancelados
Das duas empresas aéreas, a
Ecuatoriana de Aviación tem a situação mais complicada. Seu único avião próprio, um DC-10, está
parado. As outras três aeronaves
ficaram incumbidas de atender
cinco destinos para a América Latina e Estados Unidos.
"Tivemos que suspender os
vôos para Cancún, com escala na
Cidade do Panamá, porque o governo mexicano exigiu mudanças
no nível de ruído da aeronave",
declarou à Folha o gerente geral
da Ecuatorina, Gunter Zomer.
A empresa foi prejudicada ainda porque a Saieta, uma empresa
que fazia parcerias para vôos aos
Estados Unidos, suspendeu suas
atividades recentemente. "Vamos
iniciar dentro de 60 dias nossos
próprios vôos para Miami", afirmou Zomer.
O executivo negou que a companhia esteja à venda. "As dificuldades se devem aos problemas
econômicos do país." Também o
Lloyd Boliviano negou que esteja
à venda. A Vasp afirmou que pagará hoje os salários atrasados dos
seus empregados.
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