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IMPOSTO
Redução pode chegar a R$ 4 bi
Orçamento deve sofrer corte com atraso da CPMF
SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Orçamento da União deste
ano deverá sofrer novos cortes de
até R$ 4 bilhões por causa do atraso na votação da prorrogação da
CPMF. De acordo com o ministro
Guilherme Dias (Planejamento),
no momento o governo está trabalhando apenas com o aumento
do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e os cortes.
O ministro Pedro Malan (Fazenda) havia dito que o governo
poderia aumentar outros tributos
além do IOF para compensar as
perdas.
Pela LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), o governo tem até o
dia 23 deste mês para indicar como serão feitas as compensações.
"Depois disso, não sabemos o que
vai acontecer", disse Dias.
É que a LRF impõe uma reavaliação bimestral do Orçamento.
Ou seja, na análise que acontecerá
em julho -ou antes disso- o
governo já poderá ter um horizonte mais definido em relação a
outras alternativas de compensação como a redução do prazo necessário para que a CPMF entre
em vigor.
Uma emenda constitucional em
tramitação no Congresso propõe
a redução desse prazo de 90 para
30 dias. A CPMF termina no dia
17 de junho. Para que não houvessem perdas, portanto, a emenda
que a prorroga teria que ter sido
aprovada até o último dia 17 de
março.
As perdas com o atraso estão estimadas entre R$ 4 bilhões e R$ 5
bilhões. Como o aumento do IOF
só deverá compensar 20% disso, a
conta mais pesada deverá recair
sobre os cortes no Orçamento
-entre R$ 3,2 bilhões e R$ 4 bilhões.
Aumento de outros tributos
Depois do dia 23, Dias não descarta que o governo faça uma nova avaliação e chegue à conclusão
de que é melhor aumentar outros
tributos que manter os cortes. "O
espaço para cortes é muito pequeno, em torno de R$ 24 bilhões",
disse ele.
Esse é o total destinado à manutenção da máquina pública e investimentos. Ou seja, os cortes
acabarão afetando o funcionamento do governo.
O Orçamento do Executivo tem
gastos de R$ 290,9 bilhões, mas a
maior parte não pode ser cortada
(benefícios previdenciários, pagamento de pessoal, gastos de saúde
e educação, entre outros).
No caso do IOF, a idéia é aumentar as alíquotas atuais -que
incidem sobre aplicações financeiras, operações de crédito, câmbio e seguros- em 0,38 ponto
percentual. Os saques em contas
bancárias não serão afetados.
Dias e Malan insistiram ontem
na necessidade de aprovação imediata da CPMF pelo Congresso.
Malan disse que tem conversado
com lideranças do PFL sobre isso.
"Eles dizem que sabem distinguir entre o jogo eleitoral e os interesses maiores do país. Então eu espero que a CPMF seja votada porque não há espaço para esperar mais", disse Malan.
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