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MERCADO ANIMADO
Moeda perde mais 1,27% com rolagem de dívida e Dirceu
Dólar recua para R$ 2,87, e C-Bond bate novo recorde
GEORGIA CARAPETKOV
DA REPORTAGEM LOCAL
A rolagem da dívida cambial do
Banco Central que vence na próxima semana e declarações do
ministro José Dirceu (Casa Civil)
fizeram o dólar fechar em baixa
pelo quarto dia consecutivo.
A moeda se desvalorizou ontem
em mais 1,27% e encerrou o dia
cotada a R$ 2,875, o menor valor
desde julho do ano passado. Em
2003, a cotação já caiu 18,9%.
O C-Bond subiu 0,76% e fechou
cotado a US$ 0,91, seu maior valor
histórico. O risco-país caiu para
737 pontos, baixa de 3,15% em relação ao fechamento anterior.
Ontem o BC terminou a renovação integral de um total de cerca
de US$ 1,8 bilhão em títulos cambiais que venceria no próximo dia
15. Com isso, a autoridade monetária encerrou os rumores no
mercado de que parte desses papéis seria resgatada na data do
vencimento, o que geraria pressão de alta no dólar.
Além disso, as declarações de
Dirceu, de que apenas o ministro
Antonio Palocci Filho (Fazenda)
fala sobre política econômica em
nome do governo, foram bem recebidas nas mesas de câmbio.
Segundo analistas, a fala de Dirceu favorece duplamente a queda
na cotação do dólar. Primeiramente, Palocci sempre fez questão de afirmar que o câmbio deve
flutuar livremente. "O governo
não intervirá no mercado de câmbio. Repito: o governo não intervirá no mercado de câmbio", disse o ministro no início de abril.
A afirmação de alguns integrantes do governo de que o BC deveria intervir para conter a alta do
dólar fez a moeda subir 2,53% na
última segunda-feira.
Em segundo lugar, o mercado
aprova a posição de Dirceu de desautorizar outros integrantes do
governo a falar sobre as ações do
governo na economia.
Para os analistas, pior do que
uma eventual intervenção do
Banco Central no câmbio são as
incertezas geradas por declarações desencontradas. Segundo
eles, os discursos a favor da intervenção no mercado gera margem
para especuladores forçarem uma
alta na cotação e demonstra discordância entre os membros da
esfera federal.
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