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São Paulo, sábado, 10 de maio de 2003

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MERCADO ANIMADO

Moeda perde mais 1,27% com rolagem de dívida e Dirceu

Dólar recua para R$ 2,87, e C-Bond bate novo recorde

GEORGIA CARAPETKOV
DA REPORTAGEM LOCAL

A rolagem da dívida cambial do Banco Central que vence na próxima semana e declarações do ministro José Dirceu (Casa Civil) fizeram o dólar fechar em baixa pelo quarto dia consecutivo.
A moeda se desvalorizou ontem em mais 1,27% e encerrou o dia cotada a R$ 2,875, o menor valor desde julho do ano passado. Em 2003, a cotação já caiu 18,9%.
O C-Bond subiu 0,76% e fechou cotado a US$ 0,91, seu maior valor histórico. O risco-país caiu para 737 pontos, baixa de 3,15% em relação ao fechamento anterior.
Ontem o BC terminou a renovação integral de um total de cerca de US$ 1,8 bilhão em títulos cambiais que venceria no próximo dia 15. Com isso, a autoridade monetária encerrou os rumores no mercado de que parte desses papéis seria resgatada na data do vencimento, o que geraria pressão de alta no dólar.
Além disso, as declarações de Dirceu, de que apenas o ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) fala sobre política econômica em nome do governo, foram bem recebidas nas mesas de câmbio.
Segundo analistas, a fala de Dirceu favorece duplamente a queda na cotação do dólar. Primeiramente, Palocci sempre fez questão de afirmar que o câmbio deve flutuar livremente. "O governo não intervirá no mercado de câmbio. Repito: o governo não intervirá no mercado de câmbio", disse o ministro no início de abril.
A afirmação de alguns integrantes do governo de que o BC deveria intervir para conter a alta do dólar fez a moeda subir 2,53% na última segunda-feira.
Em segundo lugar, o mercado aprova a posição de Dirceu de desautorizar outros integrantes do governo a falar sobre as ações do governo na economia.
Para os analistas, pior do que uma eventual intervenção do Banco Central no câmbio são as incertezas geradas por declarações desencontradas. Segundo eles, os discursos a favor da intervenção no mercado gera margem para especuladores forçarem uma alta na cotação e demonstra discordância entre os membros da esfera federal.


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