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Ministro diz que
impostos vão
parar de crescer
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ciclo de aumento de impostos, iniciado em 1997 para
responder ao crescente endividamento do governo, chegou
ao fim. Pelo menos foi o que
prometeu o ministro Antonio
Palocci Filho (Fazenda). "Encerramos o processo", disse.
Foi uma referência aos dados
divulgados anteontem pela Receita, segundo os quais a carga
tributária subiu em 2002 pelo
sexto ano consecutivo e atingiu
o recorde de 35,86% do PIB
(Produto Interno Bruto, a renda total do país), o equivalente
a R$ 473,8 bilhões.
Palocci defendeu ontem o
projeto de reforma tributária
do governo em debate na Câmara com os deputados Mussa
Demes (PFL-PI) e Virgílio Guimarães (PT-MG), respectivamente presidente e relator da
comissão especial criada para
analisar o tema.
O ministro repetiu o discurso
de que, diferentemente do que
ocorreu no governo passado, o
ajuste fiscal será feito sem aumento de receitas. No entanto,
vários especialistas prevêem
que, se aprovada, a reforma
elevará a arrecadação.
No próprio discurso oficial
há margem para tal interpretação. Palocci disse que não há
como reduzir a carga neste momento: "Não vou fazer promessas que não posso cumprir". Em outro momento, afirmou que "nenhum Estado perderá com a reforma tributária".
Como o acordo político com
os governadores em torno das
mudanças pressupõe que não
haja perdas, existe o temor de
que, na hora de definir, por
exemplo, as alíquotas do ICMS,
os legisladores prefiram pecar
pelo excesso a correr o risco de
prejudicar algum Estado.
Outro exemplo é o debate em
torno da CPMF (Contribuição
Provisória sobre Movimentação Financeira, o imposto do
cheque), que, pelo projeto, será
transformada em permanente.
Contrariando as posições anteriores do PT contra o tributo,
Palocci deixou claro que tão cedo não será possível reduzir a
alíquota atual, de 0,38%.
Palocci acenou com a possibilidade de compensar alguns
Estados que venham a perder
receita com o fim definitivo do
ICMS sobre as exportações, outra regra da reforma.
(GUSTAVO PATÚ)
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