Em relação ao ano passado, setor vendeu 4% a mais, aponta levantamento da CNI

Com o aumento do uso da capacidade instalada, empresários vão investir para atender a demanda crescente, afirma entidade

DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA

A indústria de transformação apresentou no primeiro trimestre do ano dados que indicam a consolidação de um cenário favorável, com expansão das vendas e aumento do emprego e dos salários, segundo o boletim "Indicadores Industriais", da CNI (Confederação Nacional da Indústria).
O indicador das vendas reais do setor apresentou crescimento de 4% em março e de 4,1% no primeiro trimestre -ambos em relação ao mesmo período de 2006. O desempenho positivo das vendas esteve concentrado em cinco setores: alimentos e bebidas, máquinas e equipamentos, produtos químicos, refino de petróleo e metalurgia básica. Esses setores explicam quase 90% de todo o crescimento das vendas no primeiro trimestre de 2007.
Em relação ao nível de pessoal empregado na indústria, o crescimento foi de 3,8% em março e de 3,5% no trimestre. Já a remuneração paga a esses trabalhadores apresentou uma elevação, respectivamente, de 5,1% e de 6,4%.
Com a expansão das vendas, do emprego e dos salários, a indústria está mais estimulada para aumentar o nível de investimentos, diz a CNI. Segundo avaliação da confederação, o sentimento é justificado pelo medo de as empresas não atenderem à demanda futura.
"O empresário antevê que a capacidade dele não vai ser suficiente para atender à demanda futura. Por isso, tem de tomar a decisão de investir agora", diz Flávio Castelo Branco, coordenador da Unidade de Política Econômica da CNI.
O estímulo para esse investimento está apoiado no crescimento do uso da capacidade instalada das indústrias de transformação, que chegou em março a 81,7% (dado dessazonalizado), contra 79,9% no mesmo mês do ano passado.
Apesar do desempenho positivo, os dados mostram que o crescimento está concentrado em poucos setores industriais.
Um dos segmentos que mais demandam investimentos é o de refino de petróleo e álcool, que apresentou crescimento de 9% no primeiro trimestre na comparação com o mesmo período de 2006. O nível de capacidade instalada está em 92,2%.
Para Paulo Mol, também da CNI, a alta demanda por álcool faz com que o empresário precise investir rapidamente. ""É um setor que investirá bastante, mas é fenômeno isolado."
(ANA PAULA RIBEIRO)

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