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Queda do setor de bens duráveis é de 13,6% em abril, diz IBGE
Produção de carros, móveis e eletroeletrônicos desaba
DA SUCURSAL DO RIO
Afetada pelo crédito caro e escasso, a produção de bens duráveis caiu 13,6% na comparação
com abril de 2002. Foi a categoria
que teve o pior desempenho de
toda a indústria. Em março, já havia registrado queda de 15,4%.
Motivo: os juros altos inibem os
financiamentos para a compra
desses produtos -veículos, móveis, eletrodomésticos e outros.
De maior valor, eles são, em geral,
comprados a prazo.
A produção de automóveis foi
18,2% menor em abril em relação
ao mesmo mês de 2002. No caso
dos eletrodomésticos, a retração
foi de 14,9%.
Segundo o chefe do Departamento de Indústria do IBGE, Silvio Sales, a fabricação de veículos
só não caiu mais por causa das exportações crescentes.
Economistas destacam a importância do segmento, que tem
um grande poder de encadeamento com outros ramos. Ou seja, impulsiona a produção de uma
extensa cadeia de empresas fornecedoras.
Em abril, todas as categorias
produziram menos na comparação com o mesmo mês de 2002.
Até mesmo os bens intermediários (insumos e matérias primas
usados na fabricação de outros
bens), que vinham impulsionando o nível de produção da indústria, tiveram um resultado negativo. A redução foi de 1,8% ante
abril de 2002.
Também influenciados pelo aumento dos juros, os bens de capital apresentaram retração de
6,7%. Para expandir seu negócio,
os empresários precisam de linhas de crédito para adquirir máquinas e equipamentos, os itens
que integram a categoria.
Para Luiz Afonso Lima, do BBV,
a forte retração dos bens de consumo final (duráveis e não-duráveis) já está "contaminando" os
fornecedores de matérias-primas.
Esse "contágio", diz, explica a
queda dos bens intermediários
-a primeira desde março de
2002.
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