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São Paulo, terça-feira, 10 de junho de 2003

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Queda do setor de bens duráveis é de 13,6% em abril, diz IBGE

Produção de carros, móveis e eletroeletrônicos desaba

DA SUCURSAL DO RIO

Afetada pelo crédito caro e escasso, a produção de bens duráveis caiu 13,6% na comparação com abril de 2002. Foi a categoria que teve o pior desempenho de toda a indústria. Em março, já havia registrado queda de 15,4%.
Motivo: os juros altos inibem os financiamentos para a compra desses produtos -veículos, móveis, eletrodomésticos e outros. De maior valor, eles são, em geral, comprados a prazo.
A produção de automóveis foi 18,2% menor em abril em relação ao mesmo mês de 2002. No caso dos eletrodomésticos, a retração foi de 14,9%.
Segundo o chefe do Departamento de Indústria do IBGE, Silvio Sales, a fabricação de veículos só não caiu mais por causa das exportações crescentes.
Economistas destacam a importância do segmento, que tem um grande poder de encadeamento com outros ramos. Ou seja, impulsiona a produção de uma extensa cadeia de empresas fornecedoras.
Em abril, todas as categorias produziram menos na comparação com o mesmo mês de 2002. Até mesmo os bens intermediários (insumos e matérias primas usados na fabricação de outros bens), que vinham impulsionando o nível de produção da indústria, tiveram um resultado negativo. A redução foi de 1,8% ante abril de 2002.
Também influenciados pelo aumento dos juros, os bens de capital apresentaram retração de 6,7%. Para expandir seu negócio, os empresários precisam de linhas de crédito para adquirir máquinas e equipamentos, os itens que integram a categoria.
Para Luiz Afonso Lima, do BBV, a forte retração dos bens de consumo final (duráveis e não-duráveis) já está "contaminando" os fornecedores de matérias-primas. Esse "contágio", diz, explica a queda dos bens intermediários -a primeira desde março de 2002.


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