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BANCOS
Contratos foram assinados ontem e negócio será anunciado hoje; valor a ser investido supera US$ 1 bilhão
Crédit Suisse fecha compra do Garantia
VANESSA ADACHI
da Reportagem Local
O Crédit Suisse First Boston
(CSFB) formalizou ontem a compra do Banco de Investimentos
Garantia.
Os representantes das duas instituições estiveram reunidos durante todo o dia para a assinatura dos
contratos, finalizando uma negociação que se arrastou por cerca de
quatro meses. O anúncio oficial
será feito hoje.
Segundo a Folha apurou, embora tenha relutado em pagar os US$
1,5 bilhão pedidos inicialmente
pelos sócios do Garantia, o total a
ser investido pelo CSFB acaba superando US$ 1 bilhão, valor bem
acima do que os compradores pretendiam inicialmente.
Isso não quer dizer que todo esse
dinheiro entrará diretamente no
bolso dos 19 sócios do banco brasileiro. A forma de pagamento tem
um desenho complexo.
Boa parte do pagamento será feito com ações do próprio CSFB, o
banco de investimentos do suíço
Crédit Suisse. O CSFB, com sede
em Nova York, resultou da fusão
do banco de investimentos do
Crédit Suisse com o First Boston.
O pagamento em ações se aplica
principalmente aos quatro sócios
que sabidamente deixarão o banco: Jorge Paulo Lemann, Cláudio
Haddad, Marcel Hermann Telles e
Carlos Alberto Sicupira, que detêm cerca de 60% do capital.
Eles, por sinal, não saem imediatamente. Haverá ainda um período de transição.
Para os sócios que ficam como
executivos do banco, parte do valor a ser recebido está condicionada ao desempenho da instituição
nos próximos três anos.
Existe ainda um detalhe curioso
do pagamento. Até mesmo alguns
funcionários que não são associados receberão uma parcela. A ação
faz parte da estratégia do CSFB para reter as pessoas-chave.
Os executivos do Garantia manterão um bom grau de independência -fator que fez a balança
pender a favor do CSFB e contra o
outro pretendente, o Goldman
Sachs-, mas passarão a responder diretamente aos executivos
das áreas correspondentes em Nova York.
Todos os detalhes da operação
estavam costurados desde a semana passada, restando ainda uma
última perícia nas contas do Garantia, concluída agora.
Embora o Banco Central já tenha
autorizado informalmente a operação, ela só se concretizará com a
publicação do decreto presidencial, autorizando a entrada da instituição estrangeira no país, seguida da aprovação do Conselho Monetário Nacional.
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