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COPA-98
Desempenho
da Bolsa varia
com a sorte
da seleção
RICARDO GRINBAUM
da Reportagem Local
O desempenho das Bolsas de Valores pode estar nos pés do centroavante Ronaldo, ou, o que é
pior, nas mãos do goleiro Taffarel
ou na cabeça do técnico Zagallo.
Os investidores que acreditam em
análises de empresas, modelos estatísticos ou até em informações
privilegiadas podem balançar a
cabeça, desconfiados. Mas o fato é
que uma estranha coincidência
tem unido os estádios e a Bolsa de
São Paulo.
Um levantamento da Economática, escritório especializado em
dados financeiros, mostra que em
cinco das sete últimas Copas do
Mundo a sorte do Brasil nos campos coincidiu com o desempenho
das ações no mês seguinte à disputa. Em 70 e 94, os times de Pelé e
Romário trouxeram a taça e os investidores "correram para o abraço", como se diz no jargão esportivo, com altas de 13,6% e 15,4%,
respectivamente, nas ações.
A escrita só foi quebrada em 78 e
90, quando a seleção perdeu, mas
os investidores apresentaram um
bom resultado dentro das quatro
linhas do salão da Bolsa.
Pode ser que alguém ache que as
exceções confirmam a regra. Afinal, o Brasil foi campeão moral em
78, segundo o ex-treinador Claudio Coutinho, e o resultado final
em 90 foi queda de 72,6% das cotações no ano.
Os mais inspirados podem achar
que, por trás das coincidências, há
uma explicação: a vitória da pátria
de chuteiras injetaria otimismo na
economia. Mas é um exagero vender ações por causa dos problemas
na panturrilha do artilheiro Romário. "A coincidência nos resultados é apenas uma curiosidade.
Quem dera o preço das nossas
ações dependesse apenas das jogadas de Ronaldinho", diz Fernando Exel, sócio da Economática.
Coincidência ou não, quem trabalha no mercado financeiro não
quer ficar de fora da corrente para
a frente do futebol. Os operadores
da BM&F (Bolsa de Mercadoria &
Futuros) estão apostando dinheiro do próprio bolso nos resultados
da Copa. As últimas cotações dão
o Brasil como favorito, e, em seguida, Alemanha, Argentina,
França e Itália.
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