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EMERGENTE
Governo deve elevar juros
Agência
reclassifica
dívida russa
das agências internacionais
A Standard & Poor's, uma das
maiores agências internacionais
de avaliação de risco de crédito,
divulgou ontem um relatório no
qual reclassifica para baixo a dívida externa da Rússia.
Analistas da S&P afirmaram que
a mudança foi feita em virtude das
dificuldades fiscais do país e da sua
pouca flexibilidade para honrar
obrigações externas.
O rebaixamento deverá forçar o
governo russo a ter de oferecer juros mais elevados para conseguir
vender os títulos de sua dívida.
A Rússia precisa arrecadar ao
menos US$ 1,2 bilhão para pagar
dívidas que vencem esta semana.
Até o final do ano, deve honrar um
total de US$ 33 bilhões. O banco
central tem hoje cerca de US$ 10
bilhões em reservas.
O Tesouro russo pretende conseguir hoje US$ 1,1 bilhão em seu
leilão semanal de títulos. Ainda esta semana, o governo quer colocar
no mercado US$ 1 bilhão de bônus
em marcos alemães.
Na última semana, o governo
vendeu US$ 1,25 bilhão em eurobônus de cinco anos, pagando
6,50 pontos percentuais acima do
rendimento dos títulos do Tesouro norte-americano com o mesmo
prazo de vencimento.
No final de maio, a Moody's Investors Service, outra agência de
qualificação de risco de crédito, já
havia rebaixado a dívida russa de
longo prazo. A Fitch IBCA fez o
mesmo na semana passada.
Segundo a S&P, o enorme déficit
orçamentário está agravando a dependência da Rússia de financiamento externo.
O problema é considerado de difícil resolução a médio prazo, de
acordo com o relatório da agência.
Ontem, o mercado acionário
russo fechou com queda de 2,6%.
As ações acumulam queda de 33%
no último mês.
Grupo dos 7
Representantes do G-7, grupo
que reúne os países mais industrializados do mundo, começaram
ontem sua reunião em Paris para
discutir como ajudar a Rússia a
honrar sua dívida interna e externa e a evitar a desvalorização do
rublo, a moeda local. O encontro
será encerrado hoje.
Investidores adquiriram títulos
da dívida russa na semana passada
diante da expectativa de que a reunião do G-7 vai resultar em um pacote de socorro financeiro entre
US$ 5 bilhões e US$ 10 bilhões.
Autoridades russas insistem em
declarar que o país não precisa de
ajuda externa.
"Há muitos riscos. Se não houver uma mensagem clara, veremos
uma nova saída de capitais", afirmou Jerome Booth, chefe do departamento de pesquisa sobre
mercados emergentes do ANZ Investment Bank.
"O rebaixamento da S&P não
faz tanta diferença", disse ontem
Nicholas Cournoyer, do Montepelier Asset Management. "Se a
Ucrânia consegue vender bônus, a
Rússia também vai conseguir."
Alguns analistas dizem que os investidores já estavam esperando
pelo rebaixamento.
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