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AVIAÇÃO
Companhia, assim como a Varig e Transbrasil, consegue indenização por prejuízo causado por controle tarifário
TRF manda União devolver R$ 1,6 bi à Vasp
SILVANA DE FREITAS
da Sucursal de Brasília
A Vasp obteve ontem decisão judicial favorável ao pagamento pela
União de indenização estimada em
cerca de R$ 1,6 bilhão por prejuízos que alega ter sofrido por causa
do controle de tarifas exercido
após o Plano Cruzado, em 1986.
Pelo segundo dia consecutivo, o
TRF (Tribunal Regional Federal)
da 1ª região, com sede em Brasília,
a segunda instância judicial, reconheceu o direito de uma empresa
aérea à indenização.
Anteontem, o mesmo tribunal
decidiu favoravelmente à Varig em
ação semelhante em que o valor está estimado em aproximadamente
R$ 2 bilhões. Nos dois processos, o
governo e o Ministério Público Federal deverão recorrer das decisões. A possibilidade de a empresa,
que tem uma dívida estimada em
R$ 1,8 bilhão, conseguir obter os
R$ 2 bilhões fez as ações da companhia aérea dispararem (ver reportagem ao lado).
No caso da Vasp, a empresa havia sido derrotada na 14ª Vara Federal de Brasília -a primeira instância judicial- e conseguiu ontem inverter o quadro.
Dos três juízes do TRF que julgaram essa causa, um deles votou
contra o pagamento de indenização. Ex-procurador da República
que atuou na investigação contra o
ex-presidente Fernando Collor, o
juiz Ítalo Fioravanti considerou
que os prejuízos da empresa não
haviam ficado suficientemente
comprovados.
O advogado Arnold Wald Filho,
que representa a Vasp, disse que
recorrerá ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) para tentar elevar o
valor para R$ 2,3 bilhões. O processo também deverá chegar ao
STF (Supremo Tribunal Federal).
O presidente-executivo da empresa, Wagner Canhedo, comemorou a decisão do TRF: "Isso vai
propiciar um encontro de contas
entre a indústria da aviação brasileira e a União".
Nos dois casos julgados pelo TRF
nesta semana, a União está obrigada a indenizar a Vasp e a Varig por
prejuízos apurados no período entre 1988 e 1992, quando as tarifas
foram liberadas.
Como já havia conseguido anteontem no caso da Varig, também
ontem o governo obteve a redução
do período da indenização, inicialmente fixado entre 1986 e 1992.
O prazo menor poderá diminuir
o valor a ser pago pela União. Os
anos de 1986 e 1987 foram excluídos do processo por decisão da
Justiça.
Outras empresas aéreas também
têm ações judiciais contra a União
pelo mesmo motivo.
Em 1997, a Transbrasil obteve vitória semelhante no STF, abrindo
caminho para a vitória das demais
empresas. Cinco ministros que integram a primeira turma do Supremo reconheceram o direito de a
Transbrasil receber cerca de R$
700 milhões.
A ação da Transbrasil tramitou
durante nove anos. Ela pedia R$
1,035 bilhão e compensou o dinheiro recebido com dívidas tributárias.
Juíza
A ação da Varig, que teve a decisão proferida anteontem, foi julgada por três ministros do TRF, com
base no voto da relatora do processo, Eliana Calmon. A juíza foi designada pelo presidente Fernando
Henrique Cardoso para o cargo de
ministra do STJ (Superior Tribunal de Justiça).
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