São Paulo, Quinta-feira, 10 de Junho de 1999
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MERCADO FINANCEIRO
Bovespa cai, mesmo com juros menores

da Reportagem Local

O corte na taxa de juros de mercado (a Selic), promovido pelo Banco Central anteontem, não gerou otimismo na Bolsa de Valores de São Paulo. Em um dia determinado pelo baixo volume financeiro, a Bovespa fechou em queda de 1,29%.
O anúncio da mudança nos juros, passando de 23,5% para 22% ao ano, havia acontecido após o fechamento dos negócios no mercado anteontem.
Ontem, a Bolsa iniciou o dia em alta, que chegou a atingir 1,02%. Entretanto, com baixa liquidez (o giro financeiro foi de R$ 412,695 milhões), o comportamento do mercado foi determinado pelos chamados investidores "de um dia só", pessoas que compram e vendem ações no mesmo pregão.
As ações mais negociadas foram da Telesp RCTB, com participação de 35,7% do mercado. Elas fecharam o pregão em queda de 1,49%.
Apesar de a queda nos juros ter sido interpretada como um fator positivo, a preocupação com o comportamento da Bolsa de Nova York (que voltou a fechar em baixa) limitou os negócios brasileiros.
O setor de renda fixa teve uma reação melhor, com a taxa futura mostrando recuo em relação à cotação de anteontem.
No mercado DI (contratos futuros lastreados em depósitos financeiros), a taxa projetada para julho (contratos com vencimento em agosto) fechou em 21,44%, queda de 0,68 ponto percentual sobre anteontem. Foi a menor taxa registrada neste mês.
Um bom teste do humor dos investidores será feito hoje, com o leilão de LTNs (Letras do Tesouro Nacional) realizado pelo Banco Central. Os papéis prefixados de três meses vêm pagando taxas sempre superiores a 23%, desde o último dia 19.
O dólar comercial registrou uma leve queda ontem, fechando em R$ 1,75 (recuo de 0,06% em relação a anteontem).
A redução dos juros teve um efeito psicológico no mercado, que está pressionado neste mês pelo vencimento de US$ 2,5 bilhões de dívidas de empresas brasileiras no exterior. Nesta semana, há também o vencimento de R$ 1,5 bilhão em títulos federais remunerados pela variação cambial.
No média ponderada verificada pelo BC, o dólar apresentou alta de 0,07%, cotado em R$ 1,7491.
(MARCELO DIEGO)


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