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MERCADO FINANCEIRO
Bovespa cai, mesmo com juros menores
da Reportagem Local
O corte na taxa de juros de mercado (a Selic), promovido pelo
Banco Central anteontem, não gerou otimismo na Bolsa de Valores
de São Paulo. Em um dia determinado pelo baixo volume financeiro, a Bovespa fechou em queda de
1,29%.
O anúncio da mudança nos juros, passando de 23,5% para 22%
ao ano, havia acontecido após o
fechamento dos negócios no mercado anteontem.
Ontem, a Bolsa iniciou o dia em
alta, que chegou a atingir 1,02%.
Entretanto, com baixa liquidez (o
giro financeiro foi de R$ 412,695
milhões), o comportamento do
mercado foi determinado pelos
chamados investidores "de um
dia só", pessoas que compram e
vendem ações no mesmo pregão.
As ações mais negociadas foram
da Telesp RCTB, com participação
de 35,7% do mercado. Elas fecharam o pregão em queda de 1,49%.
Apesar de a queda nos juros ter
sido interpretada como um fator
positivo, a preocupação com o
comportamento da Bolsa de Nova
York (que voltou a fechar em baixa) limitou os negócios brasileiros.
O setor de renda fixa teve uma
reação melhor, com a taxa futura
mostrando recuo em relação à cotação de anteontem.
No mercado DI (contratos futuros lastreados em depósitos financeiros), a taxa projetada para julho
(contratos com vencimento em
agosto) fechou em 21,44%, queda
de 0,68 ponto percentual sobre anteontem. Foi a menor taxa registrada neste mês.
Um bom teste do humor dos investidores será feito hoje, com o
leilão de LTNs (Letras do Tesouro
Nacional) realizado pelo Banco
Central. Os papéis prefixados de
três meses vêm pagando taxas
sempre superiores a 23%, desde o
último dia 19.
O dólar comercial registrou uma
leve queda ontem, fechando em
R$ 1,75 (recuo de 0,06% em relação a anteontem).
A redução dos juros teve um
efeito psicológico no mercado,
que está pressionado neste mês
pelo vencimento de US$ 2,5 bilhões de dívidas de empresas brasileiras no exterior. Nesta semana,
há também o vencimento de R$
1,5 bilhão em títulos federais remunerados pela variação cambial.
No média ponderada verificada
pelo BC, o dólar apresentou alta de
0,07%, cotado em R$ 1,7491.
(MARCELO DIEGO)
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