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DÍVIDA EXTERNA
Presidente do BC foi a Nova York para acalmar os investidores
Mercado exagera no risco, diz Fraga
DE NOVA YORK
Para o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, o mercado internacional "está exagerando no risco" que atribui ao Brasil neste momento. "Os "spreads"
(prêmios de risco da dívida) ainda estão bastante altos", disse ele ontem em Nova York.
Fraga foi acalmar investidores e banqueiros internacionais em relação à economia brasileira, missão que continua hoje em Washington e que o traz de volta a Nova York amanhã para um evento promovido pela Câmara de Comércio Brasileiro-Americana.
Encontrou-se em almoço com o diretor Terrence Checki, do Fed
(o banco central norte-americano), e representantes do Citigroup, do JP Morgan e do Fleet Boston, os quais o presidente do
BC qualificou, brincando, de "os
suspeitos de sempre".
Bastante resfriado e fugindo da
imprensa, falou por alguns minutos antes de entrar na sede nova-iorquina do Fed, em Wall Street,
onde o presidente George W.
Bush acabara de discursar.
"Estou tentando explicar [aos
investidores" onde estamos exatamente e quais as escolhas que temos", disse Fraga.
Para ele, o encontro é importante pela oportunidade de ouvir o
que as pessoas estão pensando,
"direto dos homens mais importantes destes bancos", afirmou.
"Acho que a conclusão é que as
escolhas para onde o Brasil deve
ser levado são muito convincentes na minha cabeça: transparência, responsabilidade fiscal e baixa
inflação".
Na saída do almoço, o presidente do Citigroup, William Rhodes,
classificou o encontro de "muito
positivo". Já o vice-presidente do
Fleet Boston, Eugene McQuade,
disse que Fraga fez uma exposição
segura e "muito reconfortante".
"Saímos da reunião nos sentindo mais confiantes em relação ao
Brasil", disse McQuade. Para ele,
o sentimento geral dos participantes em relação ao cenário político no país é que, "apesar das
pesquisas, a eleição ainda está no
começo" e que o candidato José
Serra (PSDB) ainda tem chance.
Fraga seguiu ontem à noite para
Washington, onde se encontra
hoje com o presidente do Fed,
Alan Greenspan, com o diretor-gerente do FMI, Horst Köhler, e
com o secretário do Tesouro dos
EUA, Paul O'Neill, em três eventos separados.
Em Washington, David Hawley,
porta-voz do FMI, confirmou a
visita mas também evitou dar detalhes. "Como parte de sua visita
aos EUA, o presidente do BC brasileiro visitará o FMI para atualizar a diretoria sobre a atual conjuntura no Brasil."
(SÉRGIO DÁVILA)
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