São Paulo, quarta-feira, 10 de julho de 2002

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Acionistas pedem que executivos não vendam ações

DE NOVA YORK

Talvez não por acaso, entre as propostas anunciadas pelo presidente George W. Bush não consta a que grupos de pequenos acionistas mais vêm pressionando a SEC para que seja tomada.
A exigência é que os executivos sejam proibidos de vender suas ações enquanto estiverem no comando da empresa. Isso evitaria o uso de informação privilegiada.
O que começou como um movimento de microinvestidores ganhou adesão de peso. Nas últimas semanas, se declararam a favor da medida gente como o senador republicano John McCain (Arizona) e o presidente da Goldman Sachs, Henry M. Paulson Jr.
A SEC responde que vem tomando resoluções que vão na mesma linha da proposta pelos grupos. Duas delas foram reveladas pela Folha ontem: agora, executivos têm de jurar por escrito a veracidade das informações contidas no balanço; e analistas ligados a empresas com ações públicas devem explicitar seus interesses nas entrevistas em rádio e TV.
Anteontem, a entidade que regula o mercado de ações anunciou que convenceu a mudar de posição grupos que faziam lobby contra uma terceira medida moralizadora: as companhias precisarão da aprovação dos acionistas cada vez que oferecerem opções de ações para seus executivos.
A pressão dos acionistas é reflexo dos escândalos financeiros recentes, que, apesar de terem levado muitas empresas à concordata, não abalaram a saúde financeira dos executivos que estavam no comando delas.
Um exemplo é Scott D. Sullivan, diretor financeiro da WorldCom. Há dois anos, ele vendeu todas as ações que tinha da empresa, quando os papéis valiam US$ 37 a unidade. Na semana passada, fecharam a US$ 0,23. O executivo lucrou US$ 10 milhões com a manobra. (SÉRGIO DÁVILA)


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