São Paulo, quarta-feira, 10 de julho de 2002

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FMI errou na condução da crise, afirma Malan

DA REDAÇÃO

O ministro Pedro Malan (Fazenda) criticou ontem, em Madri, a falta de ação do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do governo norte-americano na condução da crise da Argentina. Malan também se disse contrário à proposta do Fundo de reestruturação da dívida dos países em crise econômica e financeira.
"Se 10% de todo tempo, energia, e talento gasto fosse dirigido para resolver um problema específico [a Argentina], estaríamos numa situação melhor", afirmou Malan.
Malan participou ontem de um seminário sobre os mercados emergentes. Segundo o ministro, o Fundo e os EUA já foram "longe demais" em relação à Argentina.
Para Malan, a proposta do FMI de criar um novo esquema para a reestruturação dos países em dificuldades financeiras acabará prejudicando os próprios países que tal plano teria a intenção de ajudar. A nova orientação surgiu no ano passado, sob o governo de George W. Bush.
"Penso que esquemas grandiosos de reestruturação de dívidas governamentais não são a melhor alternativa", disse Malan, comentando a nova política do Fundo e do Tesouro norte-americano. "Isso elevaria os custos [de renegociação da dívida" e reduziria o fluxo de capitais aos mercados emergentes."
"A Argentina precisa de uma reestruturação já", afirmou o ministro. "Pedimos ao Fundo que aja rapidamente para concluir um acordo com a Argentina."
O secretário do Tesouro dos EUA, Paul O'Neill, é um crítico da concessão de grandes pacotes de ajuda econômica, como os feitos durante o governo de Bill Clinton.

Calmante
Malan também procurou aplacar a tensão dos mercados internacionais sobre a sucessão presidencial no país. Segundo o ministro, o novo governo, até por pressão popular, não abandonará as políticas de estabilidade fiscal e monetária.
"O novo governo terá que se comprometer a manter a inflação sobre controle", disse Malan. "A maioria da população exigirá responsabilidade fiscal."



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