São Paulo, quarta-feira, 10 de julho de 2002

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BID promete adiar vencimento de dívida

DE BUENOS AIRES

O BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) prometeu ao governo argentino adiar o pagamento de uma dívida de US$ 535 milhões que vence no próximo dia 17. Com isso, o país não precisará pagar usando reservas internacionais, que caíram de US$ 14 bilhões para US$ 9,5 bilhões neste ano.
A promessa foi feita por técnicos do BID ao presidente do Banco Central argentino, Aldo Pignanelli. Eles se reuniram ontem na Basiléia (Suíça).
No entanto, Pignanelli admitiu que a "saída elegante" proposta pelos técnicos do BID ainda precisa ser aprovada pela diretoria do organismo, em Washington.
Pelo acordo, o pagamento do empréstimo ficaria "pendente por um par de meses, até que seja fechado o pacote de ajuda do FMI". Depois, os juros e os prazos do crédito ainda precisariam ser renegociados, uma vez que as normas do BID são diferentes das do FMI e não permitem uma rolagem automática do empréstimo.
Pignanelli disse também que o mercado financeiro internacional "viu com simpatia" a decisão do presidente Eduardo Duhalde de antecipar a eleição em seis meses, para março. Segundo ele, a decisão estabelece "um horizonte democrático" para o país.
"No entanto, ainda se perguntam se Duhalde e as novas autoridades vão respeitar os acordos estabelecidos", disse o presidente do BC em referência à falta de confiança do mercado internacional na Argentina. Ele lembrou que o país não respeitou contratos estabelecidos com bancos e empresas de serviços públicos.

Curralzinho
Uma juíza argentina aceitou ação coletiva que declara a inconstitucionalidade das restrições bancárias impostas pelo curralzinho e da pesificação dos depósitos e beneficia a todos os correntistas do país.
A decisão foi tomada pela juíza federal Emilia García. No entanto, o governo deverá recorrer da decisão, e os correntistas ainda deverão esperar um aval de instâncias judiciais superiores para sacar os recursos dos bancos. (JS)


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