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Preconceito é o maior temor de empresários
DA REDAÇÃO
Algumas empresas licenciadas
do "Smilingüido" não admitem
ter como objetivo atingir o público evangélico. Para especialistas
em marketing, essa posição pode
ser explicada pelo receio de serem
tachadas como evangélicas. Para
eles, os empresários temem sofrer
o preconceito dos consumidores
de outras religiões. Por essa razão,
dizem, ainda há uma enorme demanda reprimida por produtos
voltados para esse segmento.
"Se a empresa se posicionar como evangélica, ela teme gerar insatisfação ou rejeição de quem
não é. Tem medo de ser cobrada
por quem não é evangélico", diz
Celso Sartori, professor de marketing do Ibmec-RJ.
Haroldo Torres, diretor da consultoria especializada em consumo Data Popular, atribui o preconceito contra esse mercado ao
fato de ele ser formado basicamente por consumidores pobres.
Algumas empresas licenciadas
do "Smilingüido", por exemplo,
negam ter a intenção de atingir o
público evangélico, apesar de admitir que a maior parte de seus
consumidores são religiosos.
"Escolhemos o "Smilingüido"
porque ele transmite mensagens
positivas. Não foi nossa intenção
atingir os evangélicos. Mas ele deve atingir mais os evangélicos",
diz a protestante Laurita Weege,
vice-presidente da Malwee.
O professor de marketing da
FGV-SP Maurício Morgado não
credita ao preconceito a timidez
das empresas. Para ele, há apenas
o receio de perder outros segmentos que não se identificam com as
características do "Smilingüido".
Demanda reprimida
Por conta dessa indecisão, o público evangélico ainda não dispõe
de uma grande diversidade de
produtos voltados para eles. Isso,
na visão dos especialistas, cria
uma grande demanda reprimida.
Para Sartori, o segmento possui
um potencial enorme. "São ávidos por consumir. Eles têm a motivação de virar o maior grupo religioso, e por isso buscam produtos que os diferenciem. A empresa que apostar no segmento e admitir que está de olho nos consumidores evangélicos tem tudo para deslanchar."
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