São Paulo, domingo, 10 de julho de 2005

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Preconceito é o maior temor de empresários

DA REDAÇÃO

Algumas empresas licenciadas do "Smilingüido" não admitem ter como objetivo atingir o público evangélico. Para especialistas em marketing, essa posição pode ser explicada pelo receio de serem tachadas como evangélicas. Para eles, os empresários temem sofrer o preconceito dos consumidores de outras religiões. Por essa razão, dizem, ainda há uma enorme demanda reprimida por produtos voltados para esse segmento.
"Se a empresa se posicionar como evangélica, ela teme gerar insatisfação ou rejeição de quem não é. Tem medo de ser cobrada por quem não é evangélico", diz Celso Sartori, professor de marketing do Ibmec-RJ.
Haroldo Torres, diretor da consultoria especializada em consumo Data Popular, atribui o preconceito contra esse mercado ao fato de ele ser formado basicamente por consumidores pobres.
Algumas empresas licenciadas do "Smilingüido", por exemplo, negam ter a intenção de atingir o público evangélico, apesar de admitir que a maior parte de seus consumidores são religiosos.
"Escolhemos o "Smilingüido" porque ele transmite mensagens positivas. Não foi nossa intenção atingir os evangélicos. Mas ele deve atingir mais os evangélicos", diz a protestante Laurita Weege, vice-presidente da Malwee.
O professor de marketing da FGV-SP Maurício Morgado não credita ao preconceito a timidez das empresas. Para ele, há apenas o receio de perder outros segmentos que não se identificam com as características do "Smilingüido".

Demanda reprimida
Por conta dessa indecisão, o público evangélico ainda não dispõe de uma grande diversidade de produtos voltados para eles. Isso, na visão dos especialistas, cria uma grande demanda reprimida.
Para Sartori, o segmento possui um potencial enorme. "São ávidos por consumir. Eles têm a motivação de virar o maior grupo religioso, e por isso buscam produtos que os diferenciem. A empresa que apostar no segmento e admitir que está de olho nos consumidores evangélicos tem tudo para deslanchar."

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