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Morgan Stanley reduz perspectiva
da dívida brasileira, Goldman sobe
SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK
Durou pouco a euforia do mercado internacional em relação ao
megapacote do FMI (Fundo Monetário Internacional) para o Brasil. No dia seguinte à reação positiva de Wall Street, o banco de investimentos norte-americano
Morgan Stanley Dean Witter rebaixou a perspectiva do real para
negativa.
Em comunicado distribuído a
seus investidores, os analistas do
Morgan Stanley afirmam que,
"com o anúncio do acordo, nos
sentimos confortáveis em restabelecer uma perspectiva negativa
para a moeda brasileira". O banco
mantém a atual classificação de
"desempenho de mercado" para
os títulos da dívida brasileira, mas
agora muda sua avaliação para
viés negativo.
Para a instituição financeira, o
maior banco de investimentos de
Wall Street, a redução do piso das
reservas internacionais líquidas
de US$ 15 bilhões para US$ 5 bilhões resolve os problemas de liquidez para este ano.
Além disso, os US$ 24 bilhões
previstos para 2003 tornam as necessidades externas do Brasil financiáveis, mas a meta de superávit primário em 3,75% do PIB foi
considerada "decepcionante" no
relatório.
Goldman eleva
Já o Goldman Sachs fez o caminho inverso e elevou ontem de
"abaixo da média de mercado"
para "neutra" a recomendação do
Brasil em seu portfólio-modelo de
ações. No mesmo dia, mudou sua
exposição nas instituições financeiras brasileiras de "abaixo da
média de mercado" para "nível de
mercado".
O banco de investimentos avalia
que os bancos brasileiros devem
melhorar com a diminuição dos
riscos de moratória e cita o Itaú
como destaque no setor financeiro. O Goldman também melhorou sua exposição nas empresas
de telecomunicações, e, entre as
ações listadas como favoritas, estão a Brasil Telecom, Telemig Celular e Tele Centro Oeste Celular.
A entidade cita o acordo fechado entre o governo brasileiro e o
Fundo Monetário Internacional
como justificativa para as medidas. A mudança vem uma semana depois de o Goldman Sachs ter
anunciado a redução de sua exposição a títulos da dívida de diversos países da América Latina, incluindo o Brasil.
Apesar da melhora geral na avaliação do país, os analistas do banco de Wall Street afirmam que o
Brasil ainda enfrenta riscos de
longo prazo, já que o acordo com
o FMI não levou em conta reformas estruturais e não mudou as
políticas monetária e fiscal para
2002 e 2003.
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