DE BUENOS AIRES

O arcebispo de Buenos Aires, Jorge Mario Bergoglio, disse ontem que os argentinos devem parar de "rezar" para o FMI (Fundo Monetário Internacional) porque isso não ajuda o país a se recuperar de sua maior crise da história.
Segundo o arcebispo, a ajuda do organismo não resolveria os problemas do país. "Não vamos a lugar nenhum [com a ajuda externa], simplesmente nos endividaríamos ainda mais", disse.
As declarações de Bergoglio contrariam todos os esforços do governo argentino, que há sete meses busca fechar o acordo para rolar as dívidas com os organismos internacionais que vencem em 2002 e 2003 e destravar outras linhas de crédito ao país.
O arcebispo costuma causar polêmica com suas declarações. Durante missa do aniversário do início do processo de independência argentina, em 25 de maio, Bergoglio disse que a Argentina estava "à beira da dissolução nacional".
Naquela oportunidade, o arcebispo não se importou com a presença do presidente Eduardo Duhalde e afirmou que a classe política deveria ser um pouco menos "egoísta" e deixar de lado interesses pessoais para atender ao interesse da população.(JS)


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