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IMPOSTOS
Valor só é inferior aos R$ 23,8 bi de janeiro deste ano; Everardo Maciel qualifica resultado de "extraordinário"
Arrecadação da Receita é de R$ 21,3 bi em julho
FLÁVIA SANCHES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A arrecadação de impostos e
contribuições federais em julho
atingiu R$ 21,28 bilhões. O valor é
o segundo maior do ano, superado apenas pelos R$ 23,8 bilhões
arrecadados em janeiro. De janeiro a julho, a arrecadação chega a
R$ 138 bilhões em valores de hoje.
O secretário da Receita Federal,
Everardo Maciel, qualificou o resultado de "extraordinário". Segundo ele, o bom resultado serve
para dar mais "credibilidade à capacidade do país de apresentar resultados fiscais" expressivos.
O volume de recursos arrecadados em julho apresentou aumentos de 21,35% na comparação
com a arrecadação atualizada de
junho e de 13,42% quando comparada com a de julho de 2001.
Nos dois casos, a atualização foi
feita pelo IGP-DI.
A Receita Federal avalia que o
resultado de julho foi influenciado por dois fatores. Primeiro, o
pagamento de R$ 1,1 bilhão de dívidas em atraso de empresas que
desistiram de ações judiciais e puderam pagar os atrasados sem
multa e juros.
O segundo motivo foi o aumento na arrecadação do Imposto de
Renda sobre aplicações financeiras. Somente com operações de
"swap" e investimentos em renda
fixa foram arrecadados R$ 938
milhões em julho. No total, a arrecadação do IR sobre aplicações
somou R$ 1,5 bilhão em julho.
Segundo Ricardo Pinheiro, secretário-adjunto da Receita, a
desvalorização cambial do período motivou um número maior de
operações de "swap" -operação
financeira em que o investidor se
protege da variação cambial.
A arrecadação de janeiro a julho
deste ano apresentou crescimento nominal de 20,13% em relação
a igual período de 2001. Em termos reais, o crescimento no período foi mais modesto: 9,83%.
Entre janeiro e julho, a arrecadação nominal de tributos ficou
em R$ 133,9 bilhões, contra R$ 111,5 bilhões no mesmo período
de 2001. Atualizados pelo IGP-DI, esses valores passam, respectivamente, para R$ 138,3 bilhões e R$ 125,9 bilhões.
Críticas
Everardo Maciel aproveitou a divulgação da arrecadação para criticar os benefícios tributários pedidos por empresas aéreas para resolver a crise do setor.
"No Brasil ainda existe uma tendência de buscar suprir deficiências tecnológicas e incapacidade empresarial com propostas de diminuição de impostos", afirmou.
Ele defendeu uma reforma fiscal mais ampla no país.
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