São Paulo, sábado, 10 de agosto de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

IMPOSTOS

Valor só é inferior aos R$ 23,8 bi de janeiro deste ano; Everardo Maciel qualifica resultado de "extraordinário"

Arrecadação da Receita é de R$ 21,3 bi em julho

FLÁVIA SANCHES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A arrecadação de impostos e contribuições federais em julho atingiu R$ 21,28 bilhões. O valor é o segundo maior do ano, superado apenas pelos R$ 23,8 bilhões arrecadados em janeiro. De janeiro a julho, a arrecadação chega a R$ 138 bilhões em valores de hoje.
O secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, qualificou o resultado de "extraordinário". Segundo ele, o bom resultado serve para dar mais "credibilidade à capacidade do país de apresentar resultados fiscais" expressivos.
O volume de recursos arrecadados em julho apresentou aumentos de 21,35% na comparação com a arrecadação atualizada de junho e de 13,42% quando comparada com a de julho de 2001. Nos dois casos, a atualização foi feita pelo IGP-DI.
A Receita Federal avalia que o resultado de julho foi influenciado por dois fatores. Primeiro, o pagamento de R$ 1,1 bilhão de dívidas em atraso de empresas que desistiram de ações judiciais e puderam pagar os atrasados sem multa e juros.
O segundo motivo foi o aumento na arrecadação do Imposto de Renda sobre aplicações financeiras. Somente com operações de "swap" e investimentos em renda fixa foram arrecadados R$ 938 milhões em julho. No total, a arrecadação do IR sobre aplicações somou R$ 1,5 bilhão em julho.
Segundo Ricardo Pinheiro, secretário-adjunto da Receita, a desvalorização cambial do período motivou um número maior de operações de "swap" -operação financeira em que o investidor se protege da variação cambial.
A arrecadação de janeiro a julho deste ano apresentou crescimento nominal de 20,13% em relação a igual período de 2001. Em termos reais, o crescimento no período foi mais modesto: 9,83%.
Entre janeiro e julho, a arrecadação nominal de tributos ficou em R$ 133,9 bilhões, contra R$ 111,5 bilhões no mesmo período de 2001. Atualizados pelo IGP-DI, esses valores passam, respectivamente, para R$ 138,3 bilhões e R$ 125,9 bilhões.

Críticas
Everardo Maciel aproveitou a divulgação da arrecadação para criticar os benefícios tributários pedidos por empresas aéreas para resolver a crise do setor.
"No Brasil ainda existe uma tendência de buscar suprir deficiências tecnológicas e incapacidade empresarial com propostas de diminuição de impostos", afirmou. Ele defendeu uma reforma fiscal mais ampla no país.



Texto Anterior: Preços: Alta do dólar e tarifas puxam a inflação
Próximo Texto: Caixa pressionado: Déficit da Previdência vai a R$ 8 bi
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.