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CAIXA PRESSIONADO
Buraco cresce 48% nos primeiros sete meses do ano
Déficit da Previdência vai a R$ 8 bi
MARIANA MAINENTI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Previdência Social acumulou
déficit de R$ 8,1 bilhões nos sete
primeiros meses deste ano, resultado 48% pior do que o registrado
no mesmo período de 2001. A arrecadação cresceu 11%, fechando
em R$ 37,4 bilhões até julho, mas
a despesa com pagamento de benefícios aumentou 16%, somando
R$ 45,6 bilhões.
Em julho, o déficit foi de R$ 1,3
bilhão, superior em quase R$ 200
milhões ao de julho de 2001. O ministro José Cechin (Previdência)
disse que pesou sobre o resultado
do mês o reajuste de 9,2% concedido aos aposentados em junho,
mas cujo pagamento começou é
feito a partir de julho.
Segundo ele, isto fez com que as
despesas ficassem em R$ 7,09 bilhões no mês enquanto as de junho tinham sido de R$ 6,7 bilhões. O déficit de julho só não foi
maior porque houve uma melhora na arrecadação, que bateu um
novo recorde histórico mensal:
chegou a R$ 5,766 bilhões, 16%
maior do que a de julho de 2001.
Parte deste aumento foi decorrente da medida provisória que
permite pagamento de débitos
em juízo sem juros e multas. "Entraram R$ 50 milhões em pagamentos deste tipo, dos quais R$ 39
milhões vieram de uma grande
empresa que pagou à vista", disse
Cechin.
Outros R$ 200 milhões, segundo ele, vieram de depósitos feitos
por empresas que estão contestando cobranças feitas pelos fiscais do INSS (Instituto Nacional
do Seguro Social), mas precisam
depositar 30% do valor para questionar a cobrança.
Também aumentou a arrecadação mensal da contribuição previdenciária. Segundo Cechin, isto
pode ser conseqüência do pagamento da primeira parcela do 13º
salário por algumas empresas,
mas também pode ser sinal de
melhora no nível de emprego.
Sobre o aumento das despesas
nos sete primeiros meses do ano,
Cechin disse que houve um impacto de R$ 426 milhões com o
pagamento de benefícios que tiveram sua concessão atrasada devido à greve dos funcionários do
INSS no ano passado.
Como a greve acabou no final
do ano, a concessão desses benefícios foi regularizada ao longo deste ano. Com isso, o INSS pagou os
valores atrasados com correção, o
que aumentou as despesas neste
ano.
Cechin manteve a projeção de
déficit de R$ 17 bilhões para o ano.
Ele acredita que o déficit estará estabilizado entre 1% e 1,2% do PIB
(Produto Interno Bruto) nos próximos 15 anos, caso a economia
tenha um crescimento médio mensal de 3,5% no período.
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