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MERCADO FINANCEIRO
Ibovespa fecha com baixa de 3,19%; na BM&F, projeção para os juros em janeiro vai a 23,36%
Bolsa cai e juro sobe com tensão eleitoral
DA REPORTAGEM LOCAL
Preocupados com o cenário político, de um lado, e dispostos a
embolsar lucros, de outro, investidores se desfizeram de ações, o
que interrompeu a sequência de
três altas da Bolsa.
O Ibovespa, índice que reúne as
57 ações mais negociadas do pregão paulista, fechou com baixa de
3,19% e voltou a ficar abaixo dos
10 mil pontos, a 9.985 pontos.
O giro financeiro foi o maior do
ano, de R$ 1,13 bilhão. Assim como o câmbio, os juros e o risco
Brasil, a Bovespa devolveu os ganhos gerados pela conclusão do
acordo entre o Brasil e o FMI.
"O mercado ficou preocupado
ontem pois viu que é cada vez
maior a possibilidade de um segundo turno das eleições ser disputado por dois candidatos de
oposição, Lula e Ciro Gomes",
afirma Michel Campanella, analista da Socopa.
Ele avalia ainda que o fato de a
Bolsa ter acumulado alta de 8,9%
nos três últimos pregões até anteontem detonou um movimento
de venda para que os investidores
pudessem obter ganhos.
"Houve um movimento de realização de lucros pós-acordo com
o FMI", diz.
Um destaque de alta ontem foram as ações ordinárias da Petrobras, que subiram 3,5%. A empresa anunciou a descoberta de um
poço gigante de petróleo na bacia
de Campos (Rio de Janeiro).
As ações preferenciais da Net
(antiga Globo Cabo) caíram mais
8,8% ontem e encerraram a semana com a maior desvalorização
acumulada do Ibovespa -a baixa
no período foi de 51,76%.
A ação fechou negociada ontem
a R$ 0,41. "Nem sei mais o que dizer ao comentar por que a ação da
Net cai tanto", avalia Campanella.
O papel sofre devido ao alto endividamento da empresa em dólares e às dúvidas quanto à viabilidade do negócio de TV a cabo no
Brasil.
Juros
Toda a tensão para os negócios
ontem também fez com que as
projeções para os juros futuros
voltassem a subir.
Os contratos para janeiro de
2003, os mais negociados na
BM&F (Bolsa de Mercadorias &
Futuros), passaram de 21,93% para 23,36%.
Os C-Bonds, títulos da dívida
externa brasileira, encerraram o
dia desvalorizados em 8,5%.
(ANA PAULA RAGAZZI)
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