São Paulo, sábado, 10 de agosto de 2002

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MERCADO FINANCEIRO

Ibovespa fecha com baixa de 3,19%; na BM&F, projeção para os juros em janeiro vai a 23,36%

Bolsa cai e juro sobe com tensão eleitoral


DA REPORTAGEM LOCAL

Preocupados com o cenário político, de um lado, e dispostos a embolsar lucros, de outro, investidores se desfizeram de ações, o que interrompeu a sequência de três altas da Bolsa.
O Ibovespa, índice que reúne as 57 ações mais negociadas do pregão paulista, fechou com baixa de 3,19% e voltou a ficar abaixo dos 10 mil pontos, a 9.985 pontos.
O giro financeiro foi o maior do ano, de R$ 1,13 bilhão. Assim como o câmbio, os juros e o risco Brasil, a Bovespa devolveu os ganhos gerados pela conclusão do acordo entre o Brasil e o FMI.
"O mercado ficou preocupado ontem pois viu que é cada vez maior a possibilidade de um segundo turno das eleições ser disputado por dois candidatos de oposição, Lula e Ciro Gomes", afirma Michel Campanella, analista da Socopa.
Ele avalia ainda que o fato de a Bolsa ter acumulado alta de 8,9% nos três últimos pregões até anteontem detonou um movimento de venda para que os investidores pudessem obter ganhos.
"Houve um movimento de realização de lucros pós-acordo com o FMI", diz.
Um destaque de alta ontem foram as ações ordinárias da Petrobras, que subiram 3,5%. A empresa anunciou a descoberta de um poço gigante de petróleo na bacia de Campos (Rio de Janeiro).
As ações preferenciais da Net (antiga Globo Cabo) caíram mais 8,8% ontem e encerraram a semana com a maior desvalorização acumulada do Ibovespa -a baixa no período foi de 51,76%.
A ação fechou negociada ontem a R$ 0,41. "Nem sei mais o que dizer ao comentar por que a ação da Net cai tanto", avalia Campanella.
O papel sofre devido ao alto endividamento da empresa em dólares e às dúvidas quanto à viabilidade do negócio de TV a cabo no Brasil.

Juros
Toda a tensão para os negócios ontem também fez com que as projeções para os juros futuros voltassem a subir.
Os contratos para janeiro de 2003, os mais negociados na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), passaram de 21,93% para 23,36%.
Os C-Bonds, títulos da dívida externa brasileira, encerraram o dia desvalorizados em 8,5%.
(ANA PAULA RAGAZZI)


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