São Paulo, sábado, 10 de agosto de 2002

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O VAIVÉM DAS COMMODITIES

Exportações aumentam...
As exportações brasileiras de café somaram 25,2 milhões de sacas nos últimos 12 meses até julho, 20% a mais do que no mesmo período anterior. De janeiro a julho, as exportações somaram 13,4 milhões de sacas, 15% a mais do que no período anterior.

...mas receitas caem
Apesar do aumento das vendas externas, as receitas caíram devido à redução dos preços no mercado externo. Nos últimos 12 meses, as receitas somaram US$ 1,26 bilhão, 19% menos do que no mesmo período anterior, segundo o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café Verde do Brasil).

Perspectivas melhores
O Brasil deverá exportar o recorde de 27 milhões de sacas de café neste ano, prevê o Cecafé. O cenário no segundo semestre é melhor para o café arábica, devido à queda da participação da Colômbia. As exportações dos outros países devem diminuir no período, e os estoques nas mãos dos principais consumidores estão em queda, na avaliação do Cecafé.

Boi em alta
No mercado de boi "a semana se encerra como começou: com pouca oferta e pressão nos preços", diz Rodrigo Brolo, da Termo Multistock. A cotação para outubro atingiu R$ 52,55 por arroba no mercado futuro da BM&F. No mercado físico, houve negócios a até R$ 49,50, diz José Vicente Ferraz, da FNP. Na semana que vem, os preços continuarão firmes, dizem esses analistas.

Preços salgados
As negociações com milho na Bolsa de Mercadorias & Futuros indicam preços aquecidos para este semestre. A previsão do mercado é de R$ 17,15 por saca em novembro.

É pouco
O mercado acredita que o volume de 20 mil toneladas de arroz a ser leiloado na terça-feira é pouco, diz o analista Romeu Fiod. Os preços estão elevados e o produto em casca é negociado entre R$ 19 e R$ 20 no Sul. O varejo, aos poucos, vai incorporando essa alta aos preços, diz Fiod.

Pouca oferta
O mercado de arroz é "mais comprador do que vendedor", diz o analista. Segundo ele, a Conab deveria colocar mais arroz neste primeiro leilão e reavaliar as quantidades para os próximos conforme as intenções de compra das indústrias.

Barreira do dólar
A comercialização de arroz está fraca. As ofertas de venda dos produtores e das cooperativas são pequenas, e a entrada do produto vindo da Argentina e do Uruguai é dificultada pela alta do dólar. Os estoques do governo deverão ser um regulador dos preços.

Bom para o produtor
Os preços médios de R$ 400 por tonelada de trigo recebidos pelos produtores nacionais são os mais elevados do Plano Real, diz Otmar Hubner, do Deral paranaense. A alta se deve à forte dependência brasileira das importações (70% do consumo) e à alta do dólar no mercado interno. "Novos aumentos são possíveis", diz o pesquisador do Deral.

Conjuntura externa
O panorama externo também favorece a alta interna do trigo. Os preços praticados em Chicago neste mês são os maiores dos últimos cinco anos. Já os estoques somam apenas 24,8% do consumo, o menor percentual desde a safra 95/96, conforme dados do Usda.

E-mail: mzafalon@folhasp.com.br



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