MARCELO PINHO
DA REDAÇÃO

O crescimento do nível de emprego está dando novo ânimo para os consumidores pagarem as dívidas contraídas enquanto estiveram desempregados.
O porteiro Carlos Clay, 30, é um dos que conseguiram um novo trabalho e agora tentam quitar os seus débitos. "Fiquei desempregado por três anos. E só há nove meses consegui um emprego. Agora, estou tentando limpar o meu nome." Ele conta que já tentou liquidar as dívidas diversas vezes, mas "os juros eram muito altos, e não conseguia pagá-las".
Os juros altos também impediram que o vigilante Antônio Carlos Almeida Santos, 47, conseguisse quitar o parcelamento que fizera no mês passado de uma dívida contraída há dois anos. "Vim aqui [ao Serviço de Atendimento à Recuperação de Crédito da Associação Comercial de SP] fazer um novo acordo, mas com os juros altos fica difícil."
Com novo emprego, após cinco anos desempregada, a costureira Telma Sueli Pereira, 38, também tenta agora deixar o cadastro de inadimplentes. Endividada desde 1998, ela pretende negociar o pagamento das pendências para "limpar o nome e poder usar cheques e crediário novamente". Mas não planeja contrair novas dívidas para quitar a atual. "Vou pagar com o meu próprio salário."
O desemprego também fez com que a frentista Luciana da Silva, 29, parasse de pagar as prestações de um televisor comprado em 1999. Em março conseguiu novo emprego. "E só agora consegui alívio para pagar a dívida".
Justamente para conseguir um emprego a vendedora autônoma Márcia Freitas, 32, decidiu pagar suas dívidas. "Muita gente exige nome limpo para contratar." Ela diz ter passado cinco anos sem emprego formal e um ano sem trabalho nenhum.


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