São Paulo, terça-feira, 10 de agosto de 2004 |
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O VAIVÉM DAS COMMODITIES Dupla vitória O Brasil não viveu de boas notícias vindas só da OMC quando o assunto é açúcar. O mercado argentino, outro empecilho às exportações brasileiras -mais pela posição do país do que pelo volume exportado-, também se mostra favorável neste momento. Pela primeira vez, o direito móvel imposto pela Argentina sobre as exportações brasileiras recuou. Como funciona A Argentina taxa as importações de açúcar em 20% para todos os países. No caso do Brasil, para compensar a alta produtividade brasileira, há uma taxa extra, que é a diferença dos preços médios dos últimos oito anos na Bolsa de Londres com os preços médios do último dia do mês anterior. Carga pesada Em dezembro, por exemplo, o direito móvel superou em US$ 79 a média dos últimos oito anos, valor que foi incorporado às importações argentinas, quando feitas do Brasil. No caso de queda, como ocorre neste mês, o valor pode ser abatido em 50%. Alívio No mês passado, os US$ 270,30 praticados em Londres superaram em US$ 13,80 a média de US$ 256,50 dos últimos oito anos. Nesse caso, o importador argentino pode reduzir US$ 6,90 desse valor, o que torna o açúcar brasileiro mais competitivo na Argentina, segundo Elisabete Serodio, consultora da Unica. Não se sustenta A elevação contínua dos preços internos no setor sucroalcooleiro não se sustenta por muitas semanas. "Estamos em plena safra", diz um participante desse setor. Bom para eles; ruim para nós O desempenho das lavouras de soja e de milho dos norte-americanos é o melhor nos últimos 18 anos, ficando atrás apenas do registrado na safra de 1994, segundo a Consultoria Céleres. Isso significa que poderá vir safra recorde tanto de milho como de soja, o que derrubaria ainda mais os preços desses produtos. Fé no futuro O bom desempenho do agronegócio e o maior conhecimento do mercado futuro por parte dos participantes do setor agropecuário dão mais impulso às negociações futuras desse setor. No mês passado, os negócios na BM&F superaram em 8,2% os de julho de 2003. Os destaques foram boi (mais 178%) e milho (57%). Movimento elevado Com o aumento de negócios agropecuários na BM&F, 563 mil contratos trocaram de mãos de janeiro a julho, 37% mais do que em 2003. Esses contratos somaram receitas recordes de US$ 3,9 bilhões, 64% mais do que em igual período de 2003. Forte alta Os preços médios recebidos pelos produtores paulistas subiram 4,24% nos últimos 30 dias até 7 deste mês. Foi a primeira alta em cinco semanas, mostra o Instituto de Economia Agrícola. Comércio exterior As receitas com as exportações de soja estão em queda neste início de mês -menos 8% em relação às de agosto de 2003. Já as de carnes tiveram aumento de 67% no período, segundo a Secex. E-mail: mzafalon@folhasp.com.br Texto Anterior: Mercado financeiro: Banco rebaixa títulos da dívida brasileira Próximo Texto: Retomada: Agronegócio sustenta a balança comercial Índice |
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