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Governo muda lista de obras de projeto com o FMI
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Na tentativa de usar todo o recurso disponível, o governo federal vai mudar novamente a lista
de obras do projeto-piloto negociado com o FMI (Fundo Monetário Internacional) para a área de
infra-estrutura. O montante que
será remanejado, estimado em
R$ 150 milhões no início de julho,
já está em aproximadamente
R$ 450 milhões.
O objetivo é remanejar um total
de cerca de R$ 900 milhões. Os recursos saem de obras que estavam com um ritmo de execução
lento e passam para projetos em
estágios mais avançados, com
maiores chances de serem concluídos até o fim do ano. No final
de julho, uma medida provisória
remanejou parte dos recursos.
Nos próximos dias, deverá ser
editado um decreto com o mesmo objetivo.
Para tentar usar todos os recursos planejados, o governo ainda
negocia politicamente com os governos dos Estados da Bahia, do
Ceará e de Pernambuco. Verbas
que estariam inicialmente propostas para obras de construção
de metrôs nas capitais desses Estados deverão ser usadas para outros projetos, principalmente para recuperação de estradas. O único metrô que deverá ser concluído é o de Belo Horizonte (MG).
O projeto-piloto foi negociado
com o FMI. Os recursos usados
pelo governo brasileiro em obras
que façam parte do projeto não
são contabilizados para cálculo
do resultado fiscal, o que poderia
reduzir o superávit primário.
No total, o projeto-piloto conta
com R$ 2,87 bilhões para 2005,
sendo R$ 2,3 bilhões para a área
de transportes.
"Os projetos que perdem recursos continuam sendo importantes e serão feitos em outro momento. O objetivo de remanejar
os recursos é usar o máximo a capacidade de investimento", explica Ariel Pares, secretário de Investimento Estratégico do Ministério
do Planejamento.
Segundo ele, é natural que alguns projetos não estejam andando. "O DNIT [Departamento Nacional de Infra-Estrutura de
Transportes, ligado ao Ministério
dos Transportes] tem uma estrutura que lidava com um orçamento de R$ 1,1 bilhão. Agora, esse volume de recursos aumentou em
mais R$ 1,5 bilhão", disse.
Modificações
Entre os projetos que perderam
recursos porque não estão em
condições de serem concluídos
em 2005, estão a eclusa de Tucuruí (PA), o arco rodoviário do Rio
de Janeiro, obras de duplicação na
BR-101 no Nordeste e a recuperação da BR-116 na Bahia.
Por outro lado, ganham recursos obras como a duplicação da
BR-050 (Uberaba-Uberlândia,
em Minas Gerais), da BR-060
(Brasília-Goiânia), da Fernão
Dias (São Paulo-Belo Horizonte),
da Régis Bittencourt (São Paulo-Curitiba), a construção de um trecho de 90 quilômetros da ferrovia
Norte-Sul e o financiamento para
que a ANP (Agência Nacional do
Petróleo) faça estudos sobre áreas
de exploração de petróleo a serem
licitadas.
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