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NEGÓCIO
Grupo vende cerca de 25% das ações ao Casino; a dívida, que cresceu 80% após a máxi, é de R$ 1,35 bi
Pão de Açúcar admite sócio francês
da Reportagem Local
Pressionado por dívidas e pela
necessidade de continuar crescendo, o Pão de Açúcar anuncia
hoje a venda, para o grupo francês
Casino, de cerca de 25% das ações
ordinárias do grupo, que pertencem à família Diniz.
O grupo, que sempre alardeou o
fato de ter só capital nacional, é o
segundo maior do setor de supermercados do país, com faturamento de R$ 5,4 bilhões em 98.
Com o intenso processo de expansão, está cada vez mais perto
do primeiro colocado, o Carrefour, com faturamento de R$ 7 bilhões no ano passado.
Pelos cálculos da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), com as recentes aquisições,
o Pão de Açúcar já fatura cerca de
R$ 6,62 bilhões por ano. A receita
estimada pela empresa para 99 é
da ordem de R$ 7 bilhões.
O negócio, que envolve a venda
das ações ordinárias para o grupo
Casino, deve ser da ordem de US$
550 milhões (R$ 1 bilhão), segundo analistas de investimento.
Abilio Diniz, presidente do grupo, detém 42% das ações; seu pai,
Valentim dos Santos Diniz, 25% e
Lucília Diniz, sua irmã, 9%. O restante está pulverizado.
Ao abrir mão das ações, Diniz
estaria buscando recursos para
reduzir o endividamento do grupo e também continuar com o seu
plano de expansão.
O grupo fechou o primeiro semestre deste ano com dívidas da
ordem de R$ 1,35 bilhão, 80%
maior do que a de igual período
de 98. O crescimento da dívida,
segundo analistas de varejo, ocorreu por causa da desvalorização
do real, pois 50% da dívida total
da empresa estava em dólar.
O grupo fechou o primeiro semestre com prejuízo de R$ 61,9
milhões. Em igual período de 98
obteve lucro de R$ 78,3 milhões.
"A combinação da dívida e da
necessidade de crescer explica a
estratégia do grupo de procurar
um parceiro estrangeiro", afirma
Daniela Bretthauer, analista de investimento do banco Santander.
O fôlego financeiro do grupo
para continuar crescendo, segundo analistas, dependeu de dinheiro emprestado do BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social), que já somou R$ 700 milhões. Agora Diniz
estaria buscando outras fontes.
"Esse negócio abre espaço para
o grupo crescer muito mais rapidamente. O dinheiro acabou e a
empresa não quer parar de crescer", diz Marcelo Kayath, diretor
de varejo para a América Latina
do banco Garantia.
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