São Paulo, Terça-feira, 10 de Agosto de 1999
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MERCADO FINANCEIRO

Dólar vai a R$ 1,86, maior valor desde março

da Reportagem Local

O dólar comercial voltou a subir ontem e fechou em R$ 1,863. Foi a maior cotação da moeda desde 17 de março.
Desde o início do mês, o dólar registra alta de 3,39%. Em relação a sexta, a moeda subiu 0,98%.
A alta não era esperada por especialistas do mercado de câmbio, já que agosto é um mês com menor pressão de vencimentos de dívidas de empresas brasileiras no exterior.
O problema tem sido interno, afirmam. Ontem, o setor cambial passou o dia envolvido em uma onda de boatos de que o ministro da Fazenda, Pedro Malan, estaria demissionário.
A causa seria as críticas ao ministro, feitas por Luiz Carlos Mendonça de Barros e por Antonio Carlos Magalhães.
Os rumores não são novos. Mas foram tão intensos que o porta-voz da Presidência, Georges Lamazière, declarou, no final do dia, que Malan continua tendo apoio do presidente.
Segundo Lamazière, Fernando Henrique Cardoso reiterou que a permanência do ministro é um sinal de garantia da estabilidade e lembrou que Malan está no cargo há praticamente cinco anos, reforçando que o governo seguirá buscando "desenvolvimento com responsabilidade".
Os rumores sobre troca de ministro conturbaram um mercado que já não estava calmo.
As empresas estão procurando manter posições em dólar, com receio de que a cotação dispare. E o mercado aguarda uma posição do Banco Central que possa indicar um parâmetro para a moeda.
"O BC deve ter um preço que o incomode. Talvez esteja esperando o dólar chegar a R$ 1,90 para entrar no mercado", disse José Roberto Leme Ferraz, da Safic.
O BC não tem atuado no câmbio, deixando a cotação da moeda seguir livremente.
A Bolsa de Valores de São Paulo registrou recuo de 0,90%, em um dia marcado principalmente pelo volume financeiro baixo.
Os R$ 299,817 milhões de giro foram o pior do mês e o 11º pior do ano (que registra 147 pregões).
Com pouco dinheiro, as operações de venda e o comportamento de Nova York -que registrou queda de 0,06%- determinaram o rumo dos negócios.
(MARCELO DIEGO)


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