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Bovespa fecha abaixo de 10 mil
pontos pela 1ª vez desde março
MARCELO DIEGO
da Reportagem Local
A Bolsa de Valores de São Paulo
fechou ontem em 9.948 pontos.
Desde 12 de março, a Bovespa não
encerrava o pregão abaixo dos 10
mil pontos. Em apenas 49 dias, os
pontos recuaram 17,13%. No dia
21 de junho, a Bovespa estava registrando 12.005 pontos. Os pontos compõem o Índice Bovespa e
indicam a tendência da Bolsa
-atualmente em queda.
No ano, a Bolsa acumula alta de
46,64%. De janeiro a maio, a Bolsa
pulou dos 6.900 para 12 mil pontos. Desde julho, está caindo.
"Se não houver fatos novos, no
panorama interno ou externo, a
Bolsa deve testar o patamar de
9.600 pontos. Há uma tendência
de realização muito forte", disse
Wagner Soares de Andrade, diretor de gestão da Supra Corretora.
Realizar significa vender ações
para embolsar o lucro obtido.
Os principais motivos apontados para os constantes recuos da
Bolsa são a instabilidade no cenário externo, a falta de boas notícias no Brasil e a cobrança da
CPMF (Contribuição Provisória
sobre Movimentação Financeira).
Externamente, os investidores
estão preocupados com a possibilidade de elevação dos juros nos
EUA. Internamente, com a falta
de votação de uma agenda positiva no Congresso.
Já a cobrança da CPMF, tributo
de 0,38% sobre as operações financeiras, afastou o investidor estrangeiro da Bolsa. Movimentar
papéis no Brasil estaria sete vezes
mais caro do que em Nova York,
diz o presidente da Bovespa, Alfredo Rizkallah. Nos EUA, 66 empresas brasileiras têm recibos de
ações negociáveis.
O Banco Central permitiu que
os estrangeiros transferissem parte de seu dinheiro em ações para
fundos de renda fixa, sem a cobrança da CPMF.
Ontem, no primeiro dia de prática, a Bovespa girou apenas R$
299,817 milhões (30,66% a menos
do que a média no mês). O estrangeiro esteve afastado outra vez.
"A Bolsa deve ter um suporte
nos 9.800 pontos e depois recuar
mais. Mas o pregão está tão volátil, tão sensível e com volume tão
baixo, que é facilmente manipulável. Se houver um fato novo, os
pontos podem subir com velocidade", disse Charles Phillipp, da
SLW Corretora.
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