São Paulo, Terça-feira, 10 de Agosto de 1999
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Bovespa fecha abaixo de 10 mil pontos pela 1ª vez desde março

MARCELO DIEGO
da Reportagem Local

A Bolsa de Valores de São Paulo fechou ontem em 9.948 pontos. Desde 12 de março, a Bovespa não encerrava o pregão abaixo dos 10 mil pontos. Em apenas 49 dias, os pontos recuaram 17,13%. No dia 21 de junho, a Bovespa estava registrando 12.005 pontos. Os pontos compõem o Índice Bovespa e indicam a tendência da Bolsa -atualmente em queda.
No ano, a Bolsa acumula alta de 46,64%. De janeiro a maio, a Bolsa pulou dos 6.900 para 12 mil pontos. Desde julho, está caindo.
"Se não houver fatos novos, no panorama interno ou externo, a Bolsa deve testar o patamar de 9.600 pontos. Há uma tendência de realização muito forte", disse Wagner Soares de Andrade, diretor de gestão da Supra Corretora.
Realizar significa vender ações para embolsar o lucro obtido.
Os principais motivos apontados para os constantes recuos da Bolsa são a instabilidade no cenário externo, a falta de boas notícias no Brasil e a cobrança da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira).
Externamente, os investidores estão preocupados com a possibilidade de elevação dos juros nos EUA. Internamente, com a falta de votação de uma agenda positiva no Congresso.
Já a cobrança da CPMF, tributo de 0,38% sobre as operações financeiras, afastou o investidor estrangeiro da Bolsa. Movimentar papéis no Brasil estaria sete vezes mais caro do que em Nova York, diz o presidente da Bovespa, Alfredo Rizkallah. Nos EUA, 66 empresas brasileiras têm recibos de ações negociáveis.
O Banco Central permitiu que os estrangeiros transferissem parte de seu dinheiro em ações para fundos de renda fixa, sem a cobrança da CPMF.
Ontem, no primeiro dia de prática, a Bovespa girou apenas R$ 299,817 milhões (30,66% a menos do que a média no mês). O estrangeiro esteve afastado outra vez.
"A Bolsa deve ter um suporte nos 9.800 pontos e depois recuar mais. Mas o pregão está tão volátil, tão sensível e com volume tão baixo, que é facilmente manipulável. Se houver um fato novo, os pontos podem subir com velocidade", disse Charles Phillipp, da SLW Corretora.


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