|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TRANSPORTES
Assembléia no Sul do país vai analisar situação; Nélio Botelho diz que parar agora seria oportunismo
Caminhoneiros podem retomar greve
da Agência Folha
e da Redação
Caminhoneiros da região Sul
do país poderão entrar em greve
novamente. A partir de uma reunião a ser realizada amanhã entre
entidades de caminhoneiros do
Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, em Caxias do Sul (RS), devem ser marcadas assembléias.
""Não vamos decidir nada na
quarta-feira (amanhã). Os sindicatos fazem sempre o que querem os caminhoneiros. Uma nova greve depende do que eles quiserem. Depois da reunião, devem
ser consultadas as bases", disse o
secretário-geral do Fecam (Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos), André Costa.
Questionado sobre a possibilidade de nova greve, duas semanas após uma outra paralisação
quase ter desabastecido o país,
Costa disse que isso deve ser perguntado aos caminhoneiros, que,
segundo ele, ""estão insatisfeitos".
A reunião de amanhã tem, como pauta oficial, a avaliação da
greve e de seus desdobramentos.
A decisão pela greve pode ser
consequência. Entre gaúchos, catarinenses e paranaenses, há 180
mil filiados ao Fecam.
Para aumentar ainda mais o
descontentamento do caminhoneiros, o Tribunal de Justiça do
Rio Grande do Sul derrubou ontem a redução de 28% na tarifa de
pedágio para caminhões e de 20%
na de carros, que havia sido determinada pelo governo do Estado em 14 de abril passado.
O presidente do Movimento
União Brasil Caminhoneiro, Nélio Botelho, disse que as ameaças
de novas paralisações devem ser
vistas como "oportunistas".
Para Botelho, o sucesso da paralisação liderada por sua entidade no mês passado "mexeu com o
ego de muitos líderes, que se sentiram melindrados" por não terem participado daquele movimento.
Ele afirmou que não há razão
para uma nova greve porque "o
governo está pronto para atender
100% das reivindicações feitas".
Sobre o aumento do óleo diesel,
anunciado na semana passada e
que motivou as novas ameaças de
paralisação, Botelho disse que esse ponto não integrava a pauta de
reivindicações.
"A promessa de congelamento
do preço do diesel foi feita pelo
ministro (Eliseu) Padilha, dos
Transportes, e não a pedido nosso."
Está prevista para hoje, no Rio,
uma reunião de líderes caminhoneiros de todo o país com o objetivo de criar uma associação nacional da categoria.
Protesto em Goiás
Um protesto iniciado na madrugada de ontem reuniu cerca
de 300 caminhões no km 510 da
BR-153, entre as cidades de Hidrolândia e Goiânia (GO).
A manifestação começou a ser
esvaziada por volta das 11h. Uma
equipe de policiais enviada ao local ameaçou multar os caminhões
que estavam parados no acostamento.
De acordo com Erlande Antônio da Costa, superintendente da
Polícia Rodoviária Federal em
Goiás, o protesto foi iniciado por
volta das 4h e foi coordenado por
três caminhoneiros.
As duas pistas daquele trecho da
rodovia que liga Goiânia ao
Triângulo Mineiro foram bloqueadas com placas, cones e pedras.
Os caminhoneiros que passavam pelo local eram obrigados a
entrar num posto de gasolina.
Quem resistia à paralisação, segundo a polícia, era ameaçado de
ter o caminhão apedrejado.
A Polícia Rodoviária Federal informou que nenhum incidente foi
registrado.
A Agência Folha não conseguiu
falar ontem com os líderes do movimento no local.
Texto Anterior: União deve entrar com recurso hoje Próximo Texto: Dias admite usar tropas do Exército Índice
|