São Paulo, terça-feira, 10 de setembro de 2002

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O VAIVÉM DAS COMMODITIES

Café dispara
A saca de café foi negociada ontem a R$ 143 em Minas Gerais -o maior preço desde o final de 2000. Em Nova York, o primeiro contrato foi a 59,30 centavos de dólar por libra-peso, com alta de 6,85%. Nem mesmo o mercado tinha uma explicação lógica para a alta.

Fuga para as commodities
As explicações foram desde o medo da proximidade do primeiro aniversário dos atentados aos Estados Unidos -o que levou os investidores a comprar commodities- até a uma maior participação dos fundos de investimentos nas negociações do dia.

Antecipação
Para Lauro Kfouri Marino, consultor técnico da FNP Consultoria & Comércio, a alta no preço é uma antecipação do cenário favorável para o setor a médio e longo prazos. A próxima safra brasileira será pequena, e o Vietnã e a América Central estão menos agressivos no mercado internacional.

Equilíbrio
Marino diz que no próximo ano a safra será equilibrada com o consumo, o que favorece o comportamento de alta nos preços do café, um cenário favorável ao Brasil. O mercado não estará tão enxuto, no entanto, já que ainda sobram os estoques acumulados nos últimos três anos de safras boas.

Mercado futuro
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), o primeiro contrato futuro de café foi negociado a R$ 49,50 por saca, com alta de 6% em relação aos R$ 49,50 da sexta-feira.

Safra 2003/4
A safra de soja deverá atingir 48,5 milhões de toneladas no período 2002/3, conforme o primeiro levantamento da FNP. Adriano José Timossi, analista de mercado, diz que a área cultivada subirá para 17,4 milhões de hectares, com crescimento de 10%.

Nova queda
Nas contas da FNP, a área de milho terá redução de 9% na safra de verão. Nos últimos dois anos, a queda acumulada na área soma 30%, segundo Timossi. A produção de verão recuará para 27,6 milhões de toneladas, com queda de 5,6% em relação à anterior.

Força menor
Os preços recebidos pelos produtores paulistas subiram 1,09% na primeira quadrissemana deste mês (últimas quatro semanas). Em agosto, os preços tinham subido 1,58%, segundo pesquisa divulgada pelo Instituto de Economia Agrícola.

Cerveja puxa a cevada
A área ocupada com cevada no Paraná neste ano foi 27% superior à da safra anterior. Os paranaenses plantaram 51 mil hectares, e a produção poderá chegar a 148 mil toneladas. Segundo o Deral, o aumento da área atende a uma procura maior do produto pelas indústrias de cerveja.

Mercado externo
As receitas com as exportações de soja subiram 38% na primeira semana deste mês em relação a setembro de 2001. Já as importações de cereais tiveram recuo de 4%, conforme dados divulgados ontem pelos Siscomex.

E-mail: mzafalon@folhasp.com.br


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