São Paulo, terça-feira, 10 de outubro de 2006

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Google compra site de vídeo YouTube por US$ 1,65 bi

Site de buscas quer conteúdo para impulsionar venda de publicidade on-line

YouTube tem 100 milhões de vídeos vistos por dia, de filmes caseiros a programas de TV, e permite rede social em torno do conteúdo


PAULA LEITE
DA REDAÇÃO

O Google anunciou ontem a compra do YouTube por US$ 1,65 bilhão em ações, o que faz do site de vídeos o primeiro da leva de portais com conteúdo feito por usuários a ser comprado por mais de US$ 1 bilhão.
A aquisição junta duas das mais populares marcas da internet hoje: o Google -ferramenta de busca mais popular da web e também responsável por serviços populares como o Orkut, o Google Maps e o Gmail- e o YouTube -site no qual são vistos cerca de 100 milhões de vídeos por dia.
A popularidade do YouTube vai ajudar a aumentar a presença do Google na área de vídeos on-line. O YouTube tem participação de 47% nesse mercado, enquanto o Google Video responde por apenas 10%.
"Essa é a entrada rápida do Google para se tornar Google TV", disse Allen Weiner, analista da consultoria Gartner.
O YouTube manterá seus escritórios em San Bruno, na Califórnia, e seus 67 funcionários -incluindo os fundadores, Chad Hurley, 29, e Steve Chen, 28, presidente e diretor de tecnologia, respectivamente.
Hurley já havia dito que gostaria que a empresa continuasse independente. Ontem, ele disse que, "trabalhando com o Google, esse é o caso".
Chen disse que "é difícil imaginar uma parceria melhor entre duas empresas", tanto em termos de tecnologia quanto de cultura da empresa.
A transação deve ser concluída no quarto trimestre, disseram as empresas.
O Google, uma empresa de capital aberto, tem valor de mercado de US$ 131,7 bilhões. As ações da empresa valiam ontem US$ 429, ante US$ 85 no dia de sua oferta pública inicial, em 2004 -uma alta de 405%.
Já o YouTube tem o capital fechado e foi fundado em fevereiro do ano passado. O site recebeu financiamento da empresa de "venture capital" (capital de risco) Sequoia. Estima-se que a Sequoia tenha 30% do YouTube, o que significa que a empresa levaria US$ 495 milhões com o negócio.
O valor pelo qual o YouTube foi comprado equivale a quase 10% do valor de mercado da GM (US$ 17,8 bilhões), que tem 335 mil funcionários e uma enorme estrutura física global.
O presidente do Google, Eric Schmidt, disse ontem que a compra do YouTube é "um dos muitos investimentos" que a companhia vai fazer na área de vídeos. A compra do YouTube é a maior aquisição do Google até agora. A empresa havia se concentrado anteriormente na compra de pequenas empresas pouco conhecidas, criadoras de tecnologias interessantes.
O Google tinha cerca de US$ 9,8 bilhões em caixa em junho e teve faturamento de US$ 6,1 bilhões em 2005.
A compra do YouTube se encaixa na estratégia do Google de usar conteúdo para impulsionar a venda de anúncios. O YouTube, site no qual os usuários passam em média 26 minutos por mês, já tem anúncios fornecidos pelo Google.
Dentro dessa estratégia, o Google comprou 5% da AOL e obteve o direito de colocar anúncios nas páginas de resultados de buscas feitas na AOL. O Google também fez acordo com a News Corp. para fornecer anúncios ao site MySpace (de relacionamentos, muito popular nos Estados Unidos).

Novos negócios
Antes do anúncio da aquisição, tanto o Google quanto o YouTube haviam feito ontem acordos com grandes gravadoras para colocar clipes musicais em seus serviços de vídeo.
A Universal e a Sony BMG permitirão a reprodução de seus videoclipes no YouTube. Além disso, a rede de televisão dos EUA CBS também vai distribuir conteúdo no site.
A TV NBC já promove programas como "The Office" no YouTube, e, no mês passado, a Warner passou a permitir o download de clipes e músicas no site. Em troca, a Warner recebe uma porcentagem da receita com publicidade.
Já o Google fez um acordo com as gravadoras Sony e Warner, que receberão parte da receita publicitária do Google Video em troca de distribuir seus videoclipes gratuitamente no serviço.


Com agências internacionais

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