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Google compra site de vídeo YouTube por US$ 1,65 bi
Site de buscas quer conteúdo para impulsionar venda de publicidade on-line
YouTube tem 100 milhões de vídeos vistos por dia, de filmes caseiros a programas de TV, e permite rede social em torno do conteúdo
PAULA LEITE
DA REDAÇÃO
O Google anunciou ontem a
compra do YouTube por
US$ 1,65 bilhão em ações, o que
faz do site de vídeos o primeiro
da leva de portais com conteúdo feito por usuários a ser comprado por mais de US$ 1 bilhão.
A aquisição junta duas das
mais populares marcas da internet hoje: o Google -ferramenta de busca mais popular
da web e também responsável
por serviços populares como o
Orkut, o Google Maps e o
Gmail- e o YouTube -site no
qual são vistos cerca de 100 milhões de vídeos por dia.
A popularidade do YouTube
vai ajudar a aumentar a presença do Google na área de vídeos
on-line. O YouTube tem participação de 47% nesse mercado,
enquanto o Google Video responde por apenas 10%.
"Essa é a entrada rápida do
Google para se tornar Google
TV", disse Allen Weiner, analista da consultoria Gartner.
O YouTube manterá seus escritórios em San Bruno, na Califórnia, e seus 67 funcionários
-incluindo os fundadores,
Chad Hurley, 29, e Steve Chen,
28, presidente e diretor de tecnologia, respectivamente.
Hurley já havia dito que gostaria que a empresa continuasse independente. Ontem, ele
disse que, "trabalhando com o
Google, esse é o caso".
Chen disse que "é difícil imaginar uma parceria melhor entre duas empresas", tanto em
termos de tecnologia quanto de
cultura da empresa.
A transação deve ser concluída no quarto trimestre, disseram as empresas.
O Google, uma empresa de
capital aberto, tem valor de
mercado de US$ 131,7 bilhões.
As ações da empresa valiam ontem US$ 429, ante US$ 85 no
dia de sua oferta pública inicial,
em 2004 -uma alta de 405%.
Já o YouTube tem o capital
fechado e foi fundado em fevereiro do ano passado. O site recebeu financiamento da empresa de "venture capital" (capital de risco) Sequoia. Estima-se que a Sequoia tenha 30% do
YouTube, o que significa que a
empresa levaria US$ 495 milhões com o negócio.
O valor pelo qual o YouTube
foi comprado equivale a quase
10% do valor de mercado da
GM (US$ 17,8 bilhões), que tem
335 mil funcionários e uma
enorme estrutura física global.
O presidente do Google, Eric
Schmidt, disse ontem que a
compra do YouTube é "um dos
muitos investimentos" que a
companhia vai fazer na área de
vídeos. A compra do YouTube é
a maior aquisição do Google até
agora. A empresa havia se concentrado anteriormente na
compra de pequenas empresas
pouco conhecidas, criadoras de
tecnologias interessantes.
O Google tinha cerca de
US$ 9,8 bilhões em caixa em junho e teve faturamento de US$
6,1 bilhões em 2005.
A compra do YouTube se encaixa na estratégia do Google
de usar conteúdo para impulsionar a venda de anúncios. O
YouTube, site no qual os usuários passam em média 26 minutos por mês, já tem anúncios
fornecidos pelo Google.
Dentro dessa estratégia, o
Google comprou 5% da AOL e
obteve o direito de colocar
anúncios nas páginas de resultados de buscas feitas na AOL.
O Google também fez acordo
com a News Corp. para fornecer anúncios ao site MySpace
(de relacionamentos, muito
popular nos Estados Unidos).
Novos negócios
Antes do anúncio da aquisição, tanto o Google quanto o
YouTube haviam feito ontem
acordos com grandes gravadoras para colocar clipes musicais
em seus serviços de vídeo.
A Universal e a Sony BMG
permitirão a reprodução de
seus videoclipes no YouTube.
Além disso, a rede de televisão
dos EUA CBS também vai distribuir conteúdo no site.
A TV NBC já promove programas como "The Office" no
YouTube, e, no mês passado, a
Warner passou a permitir o
download de clipes e músicas
no site. Em troca, a Warner recebe uma porcentagem da receita com publicidade.
Já o Google fez um acordo
com as gravadoras Sony e Warner, que receberão parte da receita publicitária do Google Video em troca de distribuir seus
videoclipes gratuitamente no
serviço.
Com agências internacionais
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