São Paulo, sexta-feira, 10 de outubro de 2008

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Greve cresce no segundo dia e chega a 3.570 agências

Para bancos, sindicalistas forçam adesão com piquetes

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A greve dos bancários se ampliou ontem, segundo dia de paralisação, e atingiu 3.570 agências em todo o país, segundo os sindicalistas. Para a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), 2.500 agências foram parcialmente ou totalmente fechadas ontem. A paralisação continua hoje.
Representantes dos bancos acusam os sindicalistas de "terceirizarem" a greve, com a contratação de "piqueteiros profissionais" por R$ 30 cada, em ao menos duas regiões do país -em São Paulo e Curitiba (PR).
"São piqueteiros profissionais que impedem os bancários que querem trabalhar e os clientes de usarem os serviços bancários", diz Magnus Apostólico, coordenador de relações trabalhistas da federação dos bancos. "É uma greve de fora para dentro da categoria. E a adesão só ocorre por pressão."
Ele diz ainda que sindicalistas estão impedindo os clientes da Paraíba e do Pará de usarem serviços de auto-atendimento, o que está sendo investigado pelo Ministério Público dessas localidades.
Os sindicalistas reagem às acusações e afirmam que a greve é legítima. "Gerentes, superintendentes e outros funcionários estão sendo colocados de helicóptero dentro de alguns prédios administrativos sob ameaça de serem demitidos", diz Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo.
Em São Paulo, a greve envolveu 35 mil dos 120 mil bancários. Segundo o sindicato, 744 agências e 11 centros administrativos pararam ontem e a greve atingiu centrais de atendimento telefônico e em alguns bancos o setor de câmbio.
"Alguns bancos estão contratando policiais militares para forçar os bancários a trabalharem. Denúncias foram feitas à Polícia Federal", diz Carlos Cordeiro, secretário-geral da Contraf-CUT. A categoria quer 13,3% de reajuste (o que inclui 5% de ganho real) e os bancos ofereceram 7,5%.


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