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EFEITOS DO TERROR
Japão pode ter maior queda em 21 anos
Crise global derruba pela metade crescimento dos "tigres asiáticos"
DA REDAÇÃO
Os países industrializados da
Ásia sofrerão como nenhuma outra região do planeta os efeitos da
desaceleração na economia mundial, especialmente depois dos
atentados nos Estados Unidos.
De acordo com projeções feitas
pelo Banco de Desenvolvimento
da Ásia (BDA) e divulgadas ontem, esses países (os chamados tigres asiáticos) crescerão como
um todo cerca de 3,4% neste ano,
ante uma expansão de 7% no ano
passado. A previsão inicial da instituição, publicada em abril, era
um crescimento de 5,3% para esses países.
O PIB (Produto Interno Bruto)
do Japão muito provavelmente
encolherá neste ano. Ontem o governo japonês reconheceu pela
primeira vez, publicamente, que a
economia do país encolherá. A
previsão oficial de 1,7% de crescimento foi revista para uma recessão de 0,9%. Seria o maior tombo
desde 1980, quando o atual sistema de cálculo foi adotado.
Entre abril e junho, a economia
japonesa encolheu 0,8% em relação ao mesmo trimestre do ano
passado. No terceiro trimestre,
dados preliminares indicam que a
economia expandiu 0,1%.
"A queda mundial tornou-se
mais profunda, mais sincronizada entre as maiores economias e
mais persistente do que o estimado em abril", afirmou o BDA.
"Além do mais, os ataques do dia
11 de setembro e as ações militares
que os sucederam desestabilizaram a atividade econômica e aumentaram a aversão aos investimentos de risco."
O baque mais forte será sentido
pelas nações cuja economia é
pautada pelas exportações, sobretudo para os EUA. Taiwan, que
cresceu 5,9% em 2000, deverá
amargar uma forte recessão, com
queda de 2%. Para Cingapura,
que saltou 9,9% no ano passado, o
tombo deve ser maior: 3%.
Segundo o estudo, o crescimento da Coréia do Sul não deverá ultrapassar 2%. No ano passado, a
economia do país cresceu 8,8%.
Hong Kong, que tivera uma vigorosa expansão de 10,5%, neste ano
pode encolher 0,4%.
Países de economia mais fechada, como Índia e China, serão menos afetados. Espera-se que a economia chinesa cresça 7,3% neste
ano, depois de um salto de 8% em
2000. A Índia, se confirmada a
previsão de expansão de 5,6%,
crescerá mais do que no ano passado (5,2%).
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