São Paulo, sábado, 10 de novembro de 2001

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EFEITOS DO TERROR

Japão pode ter maior queda em 21 anos

Crise global derruba pela metade crescimento dos "tigres asiáticos"

DA REDAÇÃO

Os países industrializados da Ásia sofrerão como nenhuma outra região do planeta os efeitos da desaceleração na economia mundial, especialmente depois dos atentados nos Estados Unidos.
De acordo com projeções feitas pelo Banco de Desenvolvimento da Ásia (BDA) e divulgadas ontem, esses países (os chamados tigres asiáticos) crescerão como um todo cerca de 3,4% neste ano, ante uma expansão de 7% no ano passado. A previsão inicial da instituição, publicada em abril, era um crescimento de 5,3% para esses países.
O PIB (Produto Interno Bruto) do Japão muito provavelmente encolherá neste ano. Ontem o governo japonês reconheceu pela primeira vez, publicamente, que a economia do país encolherá. A previsão oficial de 1,7% de crescimento foi revista para uma recessão de 0,9%. Seria o maior tombo desde 1980, quando o atual sistema de cálculo foi adotado.
Entre abril e junho, a economia japonesa encolheu 0,8% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. No terceiro trimestre, dados preliminares indicam que a economia expandiu 0,1%.
"A queda mundial tornou-se mais profunda, mais sincronizada entre as maiores economias e mais persistente do que o estimado em abril", afirmou o BDA. "Além do mais, os ataques do dia 11 de setembro e as ações militares que os sucederam desestabilizaram a atividade econômica e aumentaram a aversão aos investimentos de risco."
O baque mais forte será sentido pelas nações cuja economia é pautada pelas exportações, sobretudo para os EUA. Taiwan, que cresceu 5,9% em 2000, deverá amargar uma forte recessão, com queda de 2%. Para Cingapura, que saltou 9,9% no ano passado, o tombo deve ser maior: 3%.
Segundo o estudo, o crescimento da Coréia do Sul não deverá ultrapassar 2%. No ano passado, a economia do país cresceu 8,8%. Hong Kong, que tivera uma vigorosa expansão de 10,5%, neste ano pode encolher 0,4%.
Países de economia mais fechada, como Índia e China, serão menos afetados. Espera-se que a economia chinesa cresça 7,3% neste ano, depois de um salto de 8% em 2000. A Índia, se confirmada a previsão de expansão de 5,6%, crescerá mais do que no ano passado (5,2%).


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