São Paulo, domingo, 10 de novembro de 2002

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OUTRO LADO

Centrais descartam irregularidades

DA REPORTAGEM LOCAL

As quatro centrais sindicais que estão sendo investigadas pelo TCU (Tribunal de Contas da União) -Força Sindical, CUT, CGT e SDS- informam que não foram notificadas até agora sobre irregularidades no uso de verbas do FAT e que não têm nada a esconder -isto é, não existe desvio de dinheiro do fundo.
João Felício, presidente da CUT, diz que, se ficar comprovado qualquer irregularidade envolvendo a central, vai pedir punição severa aos sindicatos.
"Tudo tem de ser feito de forma transparente. Mas é preciso ter provas. Às vezes, se faz denúncias, mas em cima de suspeitas. Equívocos podem ser esclarecidos", diz Felício.
O secretário-geral da CGT (Confederação Geral dos Trabalhadores), Canindé Pegado, afirma que as suspeitas envolvendo a central "não têm o menor fundamento".
O sindicalista, que é o atual presidente do Codefat (Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador), informa que não conhece o levantamento do TCU nem foi informado de qualquer problema na sua central, mesmo depois da visita de técnicos do tribunal.
Informa também que o fundo tem 14 mecanismos de controle que evitam fraudes: auditorias do Ministério do Trabalho, de consultorias externas independentes, do TCU, disque-denúncias, até relatórios dos próprios treinados.
"Só a Secretaria Federal de Controle Interno do Ministério da Fazenda fez 8.137 fiscalizações, de agosto de 1999 a dezembro de 2000, in loco. Isso representa 50% das cidades brasileiras em que o Planfor existe", diz Pegado.
Para Enilson Simões de Moura, o Alemão, presidente da SDS (Social Democracia Sindical), as irregularidades apontadas pelo Tribunal de Contas da União que teriam sido cometidas pela central "são uma estupidez".
O TCU cita, por exemplo, que um dos cursos foi executado na Escola de Samba Império Serrano, em salas de aula improvisadas em camarotes.
"Os cursos podem ser realizados em qualquer lugar, na favela, nos salões de sedes de comunidades", diz Alemão.
Segundo ele, o TCU chegou a levantar suspeitas de desvio de verba por causa de cursos realizados nas proximidades do Natal. "Só que nós trabalhamos nessa época. Eles não", afirma.
Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Força Sindical, diz que não existe desvio de verba do FAT na central. Segundo ele, o dinheiro que entra é usado para qualificar o trabalhador. "Não existe qualquer comprovação de irregularidade na Força Sindical", afirma.
Alvo de investigações coordenadas pela CGU (Corregedoria Geral da União), a central ainda não havia recebido até a última sexta-feira R$ 18 milhões referentes à segunda parcela de recursos do FAT previstos para este ano. A Força Sindical abriu processo contra a CGU. (FF e CR)

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