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SAIBA MAIS
Status deixaria asiáticos menos vulneráveis
DE PEQUIM
A principal conseqüência para a China de seu reconhecimento como uma plena economia de mercado seria a maior
dificuldade de aplicação de medidas de proteção comercial
contra seus produtos, entre as
quais o antidumping.
Quando entrou na OMC (Organização Mundial do Comércio), em dezembro de 2001, a
China aceitou ser considerada
como uma economia que não é
de mercado (Non-Market Economy Country) pelo prazo de
15 anos.
Nesse período, os países que
assim o desejarem poderão
conceder individualmente o
estatuto de economia de mercado para a China, o que afetará sua capacidade de impor
restrições individuais às importações chinesas.
No início de 2004, a China desencadeou uma forte campanha internacional pelo seu reconhecimento como economia
de mercado. Até agora, obteve
a adesão de cerca de 20 países,
dos quais o mais importante é a
Austrália.
O reconhecimento por parte
do Brasil teria um valor simbólico importante e daria à China
argumentos para pressionar
outros países em desenvolvimento a seguir o mesmo caminho. O objetivo é conseguir
uma massa crítica de adesões
que permita ao país asiático
exigir o reconhecimento como
economia de mercado dos países desenvolvidos, que são o
principal destino de suas exportações.
O Chile já confirmou que dará à China o estatuto de economia de mercado durante a visita de Hu Jintao ao país, entre os
dias 19 e 21.
Se a Argentina seguir o mesmo caminho, o Brasil ficará em
situação delicada se negar o pedido dos chineses, já que o país
pretende se tornar o principal
parceiro dos asiáticos na América Latina.
Na condição de "Non-Market Economy Country", a China está sujeita à imposição de
medidas antidumping sem a
verificação da real situação de
formação de preços dentro do
país. O pressuposto é que as regras de mercado não são aplicáveis e que os preços não são
formados livremente.
Por isso, quando vão impor
medidas antidumping contra a
China, os terceiros países utilizam como parâmetro os preços
de nações em situação similar
de desenvolvimento, que nem
sempre refletem com fidelidade a situação da economia chinesa.
(CLÁUDIA TREVISAN)
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