São Paulo, quinta-feira, 10 de novembro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

OPERAÇÃO PROFILAXIA

Prejuízo por esquema no ES pode chegar a R$ 150 mi

Força-tarefa prende 11 por sonegação

EDUARDO DE OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA

Numa operação para desbaratar quadrilhas de contrabandistas e de sonegadores de impostos, foram presas ontem 11 pessoas em Vitória e em municípios do interior do Espírito Santo, entre elas servidores públicos estaduais.
Até o início da noite, também haviam sido apreendidos R$ 371 mil, US$ 4.000, dez armas de fogo sem registro, farta documentação contábil, computadores e material de informática. Tudo será analisado na busca por provas.
As investigações e a ação foram executadas por uma força-tarefa composta pela Receita Federal, Ministério Público Federal e Secretaria da Segurança do Estado.
A operação foi batizada de "Profilaxia" -termo médico que significa atacar preventivamente um mal atual, para evitar uma conseqüência futura mais grave.
Entre os presos, três são auditores da Receita estadual e uma é funcionária do Ministério Público, suspeitos de dar suporte às supostas irregularidades.
Os indícios que sustentaram os pedidos de prisão e os mandados de busca e apreensão foram obtidos por meio de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça e em investigações da Receita Federal.
As apurações apontam para crimes de sonegação fiscal, corrupção ativa e passiva, violação de sigilo profissional, falsidade documental, formação de quadrilha, descaminho e contrabando.
Na questão relacionada ao suposto contrabando, as investigações indicam que componentes eletrônicos eram trazidos do Paraguai para a montagem de equipamentos no Espírito Santo.
Para dar aparência de legalidade no momento da venda, um auditor da Receita do Estado "fabricava" uma nota fiscal.
A linha de investigações sobre sonegação mirou empresas do mercado capixaba de café.
Com base em autuações a empresas supostamente envolvidas nas irregularidades, a Receita estima que cerca de R$ 150 milhões tenham deixado de ir para os cofres da União em dois anos.
Um dos expedientes utilizados seria a simples omissão de receita ao fisco. Outro seria a constituição de empresas com os dados de "laranjas" que atuavam por no máximo três anos.
Também foi identificado o que seria o uso de créditos falsos de ICMS por meio de operações fictícias de compra e venda de mercadorias com o auxílio de uma empresa fantasma aberta no Estado de Rondônia.


Texto Anterior: Exportador fica sem crédito do IPI
Próximo Texto: Euforia: Tesouro faz captação, e dólar cai a R$ 2,179
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.