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Tabela do IR
precisa subir
57%, vê auditor
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os auditores fiscais da Receita Federal calculam que a tabela do Imposto de Renda das
pessoas físicas precisa ser reajustada em 57,12% para repor
as perdas provocadas pela inflação no período em que ficou
congelada. Estudo divulgado
ontem pela Unafisco (Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal) revela
ainda que a reposição só do governo Lula chega a 12,61%.
As simulações realizadas pelos auditores também deixam
claro que o congelamento prejudica principalmente os trabalhadores assalariados com renda mais baixa. "O efeito do
congelamento é muito pior
quanto menos a pessoa ganha.
E a falta de reajuste fez com que
milhares de trabalhadores passassem a pagar o imposto", diz
o presidente da Unafisco, Carlos André Nogueira.
Desde 1996, a tabela do IR parou de ser corrigida periodicamente. De lá para cá, apenas
dois reajustes foram feitos: o
primeiro, em 2002, de 17,5%, e
o segundo neste ano, de 10%.
Os cálculos da Unafisco levam
em conta os dois reajustes e tomam por base a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços
ao Consumidor Amplo).
O governo começa a sofrer
pressão de vários lados para
reajustar a tabela do IR no ano
que vem. As centrais sindicais
já fecharam questão e querem
um reajuste equivalente à inflação do governo Lula. O ministro do Trabalho e ex-presidente
da CUT (Central Única dos
Trabalhadores), Luiz Marinho,
vem garantindo que haverá
correção para 2006.
No ano passado, ele foi um
dos líderes do movimento realizado pelas centrais que resultou no reajuste da tabela em
10% neste ano. Na proposta orçamentária para 2006, há uma
reserva de R$ 2,6 bilhões para
desoneração tributária.
Nogueira afirmou que o estudo da Unafisco já foi entregue
ao relator do Orçamento, deputado Carlito Merss (PT-SC).
"O relator disse que vai colocar
no Orçamento um valor de renúncia fiscal para garantir pelo
menos a inflação do governo
Lula [12,61%]", disse Nogueira.
O deputado, no entanto, afirma que ainda não há definição.
"Tenho cinco prioridades: aumento do salário mínimo, correção da tabela, aumento salarial do funcionalismo, Lei Kandir e aumento do Fundeb [fundo para financiar educação básica]", afirmou Merss.
Na Receita Federal, a correção da tabela do IR é vista com
maus olhos. O entendimento é
que acabou a era da indexação
da economia e, portanto, a tabela não poderia ser reajustada.
(JULIANNA SOFIA)
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