São Paulo, terça-feira, 10 de dezembro de 2002

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Secretário tem relação distante com o Brasil e a América Latina

DE WASHINGTON

Apesar de suas declarações desastrosas sobre a América Latina, o ex-secretário do Tesouro americano, Paul O'Neill, conhecia o Brasil. O'Neill visitou o país diversas vezes quando era presidente da gigante do alumínio Alcoa e gabava-se de ter feito "vários amigos" brasileiros.
John Snow, seu substituto, parece estar mais distante da região. As operações na América Latina da companhia ferroviária que presidiu até ontem, a CSX, limitam-se à instalação e administração de terminais portuários na Venezuela e em outros dois países da América Central.
Snow também foi diretor da "United States Steel", companhia que defendeu e beneficiou-se das barreiras impostas pela Casa Branca à importação de aço do Brasil. Mas, ao menos publicamente, sua participação no lobby relacionado com esse episódio foi nula.

Assessores
Dada sua distância de assuntos brasileiros, Snow deverá basear-se na opinião de seus principais assessores para decidir futuros problemas relacionados com o país. A grande dúvida é se o novo secretário manterá nos cargos os subsecretários do Tesouro Kenneth Dam - convidado para o jantar de hoje em homenagem ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, que está visitando os Estados Unidos- e John Taylor, ambos trazidos ao governo por Paul O'Neill.
Analistas sobre a América Latina em Wall Street não souberam opinar ontem sobre o significado da nomeação de Snow para a região. Eles buscavam informações sobre a opinião do futuro secretário a respeito de intervenções da comunidade internacional em crises financeiras de países emergentes.
(MARCIO AITH)


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