São Paulo, terça-feira, 10 de dezembro de 2002

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CRISE NO AR

Companhia consegue empréstimo de US$ 1,5 bi com bancos e continua a operar; quebra é a maior da aviação

United pede concordata, mas segue voando

DA REDAÇÃO

A UAL Corporation, controladora da United Airlines, anunciou ontem seu pedido de concordata. Com US$ 24,2 bilhões em ativos, torna-se a maior companhia aérea e a sétima maior empresa norte-americana a fazê-lo.
Só para comparar, a segunda maior concordata do setor, a da US Airways, tinha US$ 7,7 bilhões em ativos quando fez o pedido, em agosto deste ano.
A United confirmou que conseguiu um financiamento de US$ 1,5 bilhão com um grupo de bancos -Citigroup, JP Morgan, CIT Group e BankOne. Os três primeiros devem dar US$ 300 milhões, e o BankOne, US$ 600 milhões.
Os novos recursos darão à empresa condições de continuar funcionando durante a concordata, mas será preciso mais dinheiro para tirá-la do buraco. Glenn Tilton, presidente da United, disse ontem que analisaria a possibilidade de vender alguns ativos da empresa.
A Lufthansa, parceira alemã da United, pode entrar nos planos de reestruturação da companhia. Mas, enquanto a United diz que a empresa alemã pode ter participação acionária, a Lufthansa se limita a afirmar que está estudando maneiras de ajudar.
Em nota divulgada ontem, a United afirmou que os serviços devem continuar normalmente e que todas as passagens aéreas são válidas.

Corte de salários
Se para os consumidores nada muda por enquanto, não se pode afirmar o mesmo da situação de funcionários e fornecedores.
Entre as medidas previstas na reestruturação está o corte de salários, que deverá ser, em média, de 11% sobre a base anual de pagamento. "Temos afirmado há algum tempo que reduzir os custos trabalhistas é um componente crítico de nosso esforço de recuperação e precisará ser implementado tão logo quanto possível", disse Tilton.
A companhia, que é em parte controlada por seus funcionários, afirmou que iniciará discussões nesta semana com os líderes de seus sindicatos. A idéia é chegar a um acordo sobre como os funcionários irão contribuir no controle de custos da empresa.

American
A American Airlines, maior companhia aérea do mundo, não escapa da crise no setor e tenta entrar em acordo com funcionários. A empresa propõe o congelamento do salário dos funcionários. Essa é uma das medidas para tentar cortar entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões em custos e estancar as perdas que atingem a companhia.


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