São Paulo, terça-feira, 10 de dezembro de 2002

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AGROFOLHA

Soja e milho elevaram os preços da alimentação animal, para o prejuízo de avicultores e suinocultores

Ração animal sobe 83,4% neste ano

DA REPORTAGEM LOCAL

O preço das rações animais disparou em 2002. Até novembro, a alta acumulada já era de 83,4% em relação ao final de 2001. O motivo para esse aumento foi a alta nos preços do milho e do farelo de soja, os principais ingredientes das rações.
Segundo especialistas, os preços não devem baixar nos próximos meses e, por causa disso, muitos produtores, principalmente suinocultores, podem deixar suas atividades devido ao elevado custo de produção.
O preço da soja, segundo o Sindirações (Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal), passou de R$ 550 a tonelada em janeiro deste ano para mais de R$ 750 neste mês. Já a saca de 60 kg de milho subiu de R$ 12 para perto de R$ 30 neste mês.
As altas, diz o sindicato, prejudicam principalmente avicultores e suinocultores, para os quais o gasto com rações chega a ser de até 80% do custo total de produção.
Segundo Fabiano Tito Rosa, analista da Scot Consultoria, o dólar foi o responsável pelo aumento no preço da soja, o que refletiu nas rações que utilizam o farelo desse grão em sua composição.
No caso do milho, além do dólar alto, a quebra na safra em algumas regiões reduziu a oferta. Isso, diz Rosa, aliado a uma forte demanda, principalmente no segundo semestre, fez com que o preço do milho para as indústrias de ração subisse mais de 100% desde julho.
Para Rosa, a soja só vai recuar quando a cotação do dólar baixar, o que ele não crê que aconteça tão cedo. Já a pressão do milho deve se estabilizar, principalmente com as atuações do governo nesse mercado, como a importação do produto anunciada há alguns dias. Mesmo assim, o preço, diz ele, não deve baixar, apesar de provavelmente não subir.
Por esses motivos, diz, o custo da ração deve se manter alto para o produtor no primeiro semestre de 2003. (JOSÉ SERGIO OSSE)


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