UOL


São Paulo, quarta-feira, 10 de dezembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Centrais pedem a correção do IR

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A CUT (Central Única dos Trabalhadores) e a Força Sindical, as duas principais sindicais do país, decidiram pressionar o governo para corrigir a tabela do Imposto de Renda. A Força vai entrar hoje com uma ação civil pública pedindo a correção imediata. A CUT fez manifestação e passeata ontem na via Anchieta, em São Bernardo do Campo, para exigir o reajuste.
A Força vai pedir à Justiça Federal em Brasília uma liminar para garantir a correção imediata da tabela em 25,5%. Esse percentual equivale à variação do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), no período de janeiro de 2002 a dezembro de 2003.
"Se o governo não corrigir a tabela e não elevar o limite de isenção [hoje de R$ 1.058], vai promover um confisco", diz Eleno Bezerra, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.
No ABC paulista, cerca de 2.000 metalúrgicos da unidade da Ford de São Bernardo fizeram passeata ontem pela manhã, interrompendo o trânsito na via Anchieta. A manifestação foi realizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e pela CUT.
Segundo o sindicato, apesar da chuva, o protesto teve a adesão de metalúrgicos de mais três montadoras -Volks, DaimlerChrysler (Mercedes-Benz) e Scania.

Parecer
O senador José Jorge (PFL-PE) apresentou ontem à Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal parecer favorável à correção da tabela em 22,87%. O senador é o relator do projeto do governo, alterado na Câmara, que mantém a alíquota de 27,5% da tabela nos próximos dois anos.
José Jorge disse que o seu parecer é uma "homenagem" ao relatório do deputado Antônio Cambraia (PSDB-CE), que tentou a mesma correção na Câmara dos Deputados.
"Isso é aumento de imposto na veia", criticou o senador em relação à manutenção das atuais faixas de renda pelo governo.
Para o senador, o governo poderá ter mais dificuldades em aprovar no Senado o projeto que veio da Câmara porque a votação da reforma da Previdência foi mais apertada naquele plenário. Sem o projeto, a alíquota máxima cairia para 25% a partir de janeiro. O governo conseguiu a prorrogação por mais dois anos.


Texto Anterior: Impostos: Senado muda ISS e favorece liberais
Próximo Texto: Luís Nassif: O "balanced scorecard" do México
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.