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São Paulo, quarta-feira, 10 de dezembro de 2003

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Mantega admite crescimento zero neste ano

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro do Planejamento, Guido Mantega, afirmou ontem que o país poderá ficar sem crescimento econômico neste ano.
"Neste ano o crescimento vai ser entre zero e 0,5%, alguma coisa assim", disse após uma audiência na Câmara dos Deputados. Foi a primeira vez que um ministro do governo Lula admitiu a possibilidade de não haver expansão da economia neste ano.
Para inverter esse problema, Mantega explicou que o governo terá de tomar novas medidas de estímulo a setores específicos, mas não citou quais -medidas que dificilmente mudarão o desempenho, a essa altura já consolidado, da economia em 2003.
Em novembro, o governo anunciou a prorrogação da redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para o setor automotivo.
O ministro falou ainda sobre a necessidade de definir uma política industrial -já aprovada, mas ainda sem fontes de financiamento e valores definidos- e de aprovar o projeto que cria as Parcerias Público-Privadas.

Sinais de recuperação
Segundo ele, a economia está dando sinais de recuperação, mas o governo não pode ficar parado: "Essa recuperação não é muito vigorosa. Temos que tomar medidas para que ela se sustente. Não vamos sentar e aguardar".
Mantega, que acreditava em crescimento de 0,8% em 2003 até o mês passado, lembrou que as projeções estão sendo revistas porque o crescimento de 2002 também foi revisto de 1,5% para 1,9%. "A base de comparação aumentou", disse o ministro do Planejamento.
O Ministério da Fazenda ainda prevê um crescimento de 0,4% -estimativa que chegou a ser qualificada por Mantega como resultado de um momento de "mau humor"-, mas o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) fala em 0,2% para 2003.
Para o ministro, os números estão mostrando que a desaceleração da economia no início do ano foi mais forte do que o governo imaginava. "Isso prejudicou o desempenho do ano como um todo."
A recuperação da economia agora, segundo Mantega, está sendo puxada pelo setor manufatureiro. Mas também estaria acontecendo um aquecimento na área de bens de capital.
Na segunda-feira, o IBGE anunciou que a produção industrial caiu 0,5% em outubro em relação a setembro.
O instituto justificou a interrupção do aumento da produção, que vinha acontecendo desde julho, pela restrição de renda da população.


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