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Mantega
admite crescimento zero
neste ano
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro do Planejamento,
Guido Mantega, afirmou ontem
que o país poderá ficar sem crescimento econômico neste ano.
"Neste ano o crescimento vai
ser entre zero e 0,5%, alguma coisa assim", disse após uma audiência na Câmara dos Deputados. Foi
a primeira vez que um ministro
do governo Lula admitiu a possibilidade de não haver expansão
da economia neste ano.
Para inverter esse problema,
Mantega explicou que o governo
terá de tomar novas medidas de
estímulo a setores específicos,
mas não citou quais -medidas
que dificilmente mudarão o desempenho, a essa altura já consolidado, da economia em 2003.
Em novembro, o governo anunciou a prorrogação da redução do
IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para o setor automotivo.
O ministro falou ainda sobre a
necessidade de definir uma política industrial -já aprovada, mas
ainda sem fontes de financiamento e valores definidos- e de aprovar o projeto que cria as Parcerias
Público-Privadas.
Sinais de recuperação
Segundo ele, a economia está
dando sinais de recuperação, mas
o governo não pode ficar parado:
"Essa recuperação não é muito vigorosa. Temos que tomar medidas para que ela se sustente. Não
vamos sentar e aguardar".
Mantega, que acreditava em
crescimento de 0,8% em 2003 até
o mês passado, lembrou que as
projeções estão sendo revistas
porque o crescimento de 2002
também foi revisto de 1,5% para
1,9%. "A base de comparação aumentou", disse o ministro do Planejamento.
O Ministério da Fazenda ainda
prevê um crescimento de 0,4%
-estimativa que chegou a ser
qualificada por Mantega como resultado de um momento de "mau
humor"-, mas o Ipea (Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada)
fala em 0,2% para 2003.
Para o ministro, os números estão mostrando que a desaceleração da economia no início do ano
foi mais forte do que o governo
imaginava. "Isso prejudicou o desempenho do ano como um todo."
A recuperação da economia
agora, segundo Mantega, está
sendo puxada pelo setor manufatureiro. Mas também estaria
acontecendo um aquecimento na
área de bens de capital.
Na segunda-feira, o IBGE anunciou que a produção industrial
caiu 0,5% em outubro em relação
a setembro.
O instituto justificou a interrupção do aumento da produção, que
vinha acontecendo desde julho,
pela restrição de renda da população.
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