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EUA querem estender ajuda a bancos
Tesouro pede ao Congresso ampliação por um ano do Tarp, programa de US$ 700 bi para socorrer sistema financeiro
Ideia é poder usar em novos
pacotes para outros setores
o restante do dinheiro
ainda não empregado ou
parte do que será devolvido
FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK
O Departamento do Tesouro
dos EUA pediu ontem ao Congresso a ampliação por um ano
no prazo do Tarp, programa federal de US$ 700 bilhões criado
em 2008 para socorrer o sistema bancário americano.
No pedido, o secretário Timothy Geithner se comprometeu a usar um teto de até
US$ 550 bilhões do dinheiro.
Até agora, foram desembolsados US$ 364 bilhões, mas há
perdas definitivas esperadas na
casa dos US$ 42 bilhões.
A maior delas decorre de injeção de dinheiro público feita
no CIT Group, que financiava
pequenas e médias companhias e que acabou entrando
em concordata para ser definitivamente liquidado.
Com o pedido de adiamento,
o Tarp poderá ficar ativo até
outubro de 2010. A ideia do Tesouro é usar o restante do dinheiro ainda não empregado
ou parte do que será devolvido
pelos tomadores iniciais para
novos pacotes de socorro em
vários setores (além do bancário), se necessário.
"A economia ainda tem desafios significativos. Essa extensão se faz necessária para ajudar as famílias americanas, o
mercado residencial e pequenos e médios negócios. Ela nos
dará a capacidade de responder
também a ameaças ainda não
concretizadas", disse Geithner.
Suas justificativas constam
em carta enviada aos líderes do
Partido Democrata, que mantém a maioria dos votos na Câmara e no Senado a favor do
presidente Barack Obama.
Já os republicanos, da oposição, reagiram contrariamente,
afirmando que o dinheiro ainda
não gasto ou que será devolvido
pelos tomadores deveria ser
usado para conter o aumento
recorde do deficit público.
Geithner afirmou que até o
final de 2010 o Tesouro espera
receber cerca de US$ 175 bilhões em pagamentos dos bancos que foram socorridos pelo
dinheiro do Tarp. A esse total
devem ser adicionados outros
US$ 150 bilhões dos US$ 700
bilhões que o governo Obama
quer usar para reduzir o deficit.
Originalmente criado para
injetar capital diretamente nos
bancos em outubro de 2008,
quando o sistema financeiro
dos EUA praticamente quebrou, o Tarp também acabou
socorrendo as montadoras GM
e Chrysler, além de uma série
de outros negócios.
Mas Geithner prevê que os
bancos também podem voltar a
ser beneficiados. "O sistema
experimenta perdas significativas [vindas de calotes]."
Ele sinalizou que mais bancos devem quebrar nos EUA
antes que a economia volte a se
recuperar com mais força.
Desde o início da crise, marcada pela quebra do Lehman
Brothers, em 15 de setembro de
2008, 119 bancos faliram ou foram fechados.
Há poucos dias, o Congressional Oversight Panel, que supervisiona o Tarp, divulgou relatório afirmando que o programa "falhou em resolver problemas-chave" no setor financeiro
-por exemplo, a eliminação
nos balanços dos chamados
"ativos tóxicos", produto de
empréstimos malfeitos que detonaram a crise.
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