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Bondades vêm mesmo sem receita maior
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A nova rodada de estímulos fiscais para produção e investimento em
2010 vem num momento
em que a recuperação da
arrecadação de impostos e
contribuições do governo
federal ainda é incerta.
Apesar de o ministro Guido Mantega (Fazenda)
afirmar que em novembro
houve crescimento em
comparação com o mesmo
mês de 2008, os números
ainda geram dúvidas. Até
outubro foi grande a influência de receitas extraordinárias, como depósitos judiciais que foram
transferidos dos bancos
públicos para o Tesouro.
Agora, o governo aumenta as desonerações.
Para Mantega, as medidas
anunciadas ontem, que se
somarão a outras já prorrogadas anteriormente,
não terão "nenhuma interferência na taxa de juros". O medo de analistas e
empresários é que, devido
ao maior gasto público, o
Banco Central seja mais
conservador na condução
da política monetária. Isso
por causa do medo de que
a retomada da atividade
gere mais inflação.
Mantega também disse
que, apesar da renúncia
fiscal, a economia para cobrir o pagamento de juros
da dívida (superavit primário) será cumprida.
"Fundamentos sólidos
nos permitem continuar
crescendo sem causar desequilíbrios na economia.
A inflação está sob controle e neste ano deverá ficar
abaixo da meta e, no próximo, também ficará sob
controle. Continuamos
trabalhando com responsabilidade fiscal."
Segundo ele, a redução
do superavit primário para 2,5% neste ano foi apenas por causa da crise. "No
próximo ano [a meta] será
de 3,3%. Voltaremos ao
superavit maior."
O recado de bom comportamento fiscal também foi dado pelo presidente Lula. Para os membros do Conselhão, ele disse que em poucos anos o
Brasil será a quinta economia do mundo e que, para
isso, é preciso o equilíbrio
fiscal. "É só a gente não ficar rasgando dinheiro,
aplicar corretamente o dinheiro. Não podemos descuidar, em hipótese alguma, da nossa política fiscal. Temos que agir como
se fosse a mãe da gente: só
gasta o que tem, só vai fazer dívida se puder pagar
no final do mês" disse.
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