São Paulo, quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

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Bondades vêm mesmo sem receita maior

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A nova rodada de estímulos fiscais para produção e investimento em 2010 vem num momento em que a recuperação da arrecadação de impostos e contribuições do governo federal ainda é incerta. Apesar de o ministro Guido Mantega (Fazenda) afirmar que em novembro houve crescimento em comparação com o mesmo mês de 2008, os números ainda geram dúvidas. Até outubro foi grande a influência de receitas extraordinárias, como depósitos judiciais que foram transferidos dos bancos públicos para o Tesouro.
Agora, o governo aumenta as desonerações. Para Mantega, as medidas anunciadas ontem, que se somarão a outras já prorrogadas anteriormente, não terão "nenhuma interferência na taxa de juros". O medo de analistas e empresários é que, devido ao maior gasto público, o Banco Central seja mais conservador na condução da política monetária. Isso por causa do medo de que a retomada da atividade gere mais inflação.
Mantega também disse que, apesar da renúncia fiscal, a economia para cobrir o pagamento de juros da dívida (superavit primário) será cumprida.
"Fundamentos sólidos nos permitem continuar crescendo sem causar desequilíbrios na economia. A inflação está sob controle e neste ano deverá ficar abaixo da meta e, no próximo, também ficará sob controle. Continuamos trabalhando com responsabilidade fiscal."
Segundo ele, a redução do superavit primário para 2,5% neste ano foi apenas por causa da crise. "No próximo ano [a meta] será de 3,3%. Voltaremos ao superavit maior."
O recado de bom comportamento fiscal também foi dado pelo presidente Lula. Para os membros do Conselhão, ele disse que em poucos anos o Brasil será a quinta economia do mundo e que, para isso, é preciso o equilíbrio fiscal. "É só a gente não ficar rasgando dinheiro, aplicar corretamente o dinheiro. Não podemos descuidar, em hipótese alguma, da nossa política fiscal. Temos que agir como se fosse a mãe da gente: só gasta o que tem, só vai fazer dívida se puder pagar no final do mês" disse.


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