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Banco terá captação de longo prazo
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
Negociada desde a crise de
liquidez dos bancos pequenos no início do ano, o governo anunciou ontem a criação
de um novo instrumento de
captação de recursos para as
instituições financeiras, chamada de LF (Letra Financeira). A medida valerá para todos os bancos, independentemente do tamanho, e facilitará o alongamento dos
prazos dos financiamentos.
Na prática, os bancos poderão vender a fundos de
pensão e de investimento títulos de dívida de prazo longo, como já ocorre quando as
empresas captam recursos
por meio de debêntures [dívida privada]. Diferentemente das empresas não financeiras, os bancos não tinham autorização para emitir debêntures, hoje o principal instrumento de captação
das empresas de longo prazo.
Até então, a maior parte da
captação dos bancos vinha
dos CDBs vendidos aos
clientes e a outras instituições financeiras, com prazo
médio de um ano, o que "descasava" com os financiamentos de prazos maiores.
As emissões de LF precisarão passar pelo crivo de reguladores, auditores e de agências de "rating" [nota] antes
de serem compradas.
Para obter recursos no
mercado interno de capitais,
os bancos costumavam emitir debêntures por meio de
suas empresas de leasing,
que, até o ano passado, não
tinham recolhimento de
compulsório nem incidência
de IOF. Diante dessa brecha,
o governo instituiu, em
2008, o compulsório para as
empresas de leasing, mas
não chegou a regulamentar a
cobrança de IOF.
Os bancos afirmam que o
novo título permitirá melhor
gestão entre ativos e passivos
dos bancos, colaborando para reduzir os "spreads" [diferença entre a taxa de captação e a que é repassada].
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