São Paulo, quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

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Banco terá captação de longo prazo

TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

Negociada desde a crise de liquidez dos bancos pequenos no início do ano, o governo anunciou ontem a criação de um novo instrumento de captação de recursos para as instituições financeiras, chamada de LF (Letra Financeira). A medida valerá para todos os bancos, independentemente do tamanho, e facilitará o alongamento dos prazos dos financiamentos.
Na prática, os bancos poderão vender a fundos de pensão e de investimento títulos de dívida de prazo longo, como já ocorre quando as empresas captam recursos por meio de debêntures [dívida privada]. Diferentemente das empresas não financeiras, os bancos não tinham autorização para emitir debêntures, hoje o principal instrumento de captação das empresas de longo prazo.
Até então, a maior parte da captação dos bancos vinha dos CDBs vendidos aos clientes e a outras instituições financeiras, com prazo médio de um ano, o que "descasava" com os financiamentos de prazos maiores.
As emissões de LF precisarão passar pelo crivo de reguladores, auditores e de agências de "rating" [nota] antes de serem compradas.
Para obter recursos no mercado interno de capitais, os bancos costumavam emitir debêntures por meio de suas empresas de leasing, que, até o ano passado, não tinham recolhimento de compulsório nem incidência de IOF. Diante dessa brecha, o governo instituiu, em 2008, o compulsório para as empresas de leasing, mas não chegou a regulamentar a cobrança de IOF.
Os bancos afirmam que o novo título permitirá melhor gestão entre ativos e passivos dos bancos, colaborando para reduzir os "spreads" [diferença entre a taxa de captação e a que é repassada].


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